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Tese

O jogo da distinção

C. A. Paulistano e Fluminense F. C. - um estudo das identidades clubísticas durante a fase amadora do futebol em São Paulo e no Rio de Janeiro (1902-1933)
Ano

2016

Faculdade/Universidade

Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC, Fundação Getúlio Vargas

Tema

Tese

Área de concentração

Doutorado em História

Páginas

507

Arquivos

Resumo

Este trabalho investiga o processo de formação de identidades clubisticas durante a fase amadora do futebol brasileiro (1900 – 1933), tendo por foco os casos do C A Paulistano e do Fluminense F. C. Tal construção identitária costuma atribuir a estes clubes a marca da elitização calcada na distinção e no refinamento. Ao aprofundar e ao matizar essa versão consagrada pelo memorialismo esportivo, pretende-se analisar a história dessas duas agremiações, durante os anos iniciais do desenvolvimento do futebol na cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, com destaque à relação do esporte com o desenvolvimento destas duas cidades. Para a demonstração de nosso argumento central, levantaremos os aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais que podem ser considerados fundamentais na construção da imagem de distinção atribuída tanto ao Fluminense quanto ao Paulistano. Com o emprego do método comparativo, buscaremos apontar as semelhanças e diferenças na história desses clubes, tendo como pressupostos teóricos os trabalhos de Bourdieu sobre a distinção, de Hobsbawm e Ranger sobre a invenção das tradições e de Halbwachs sobre a memória coletiva. Junto aos acervos documentais das duas instituições examinadas, utilizaremos como fontes a documentação produzida pelos clubes no período e os periódicos da época. Procuraremos demonstrar, através dos relatos memoriais produzidos por escritores, dirigentes e ex-atletas, a perpetuação de uma série de valores simbólicos e de tradições que associaram o Paulistano e o Fluminense a um espaço de distinção e refinamento que se reproduziu ao longo das gerações e que permanece no imaginário esportivo até os dias atuais.

Abstract

This work investigates the process of club identities formation during the Brazilian football amateur stage (1900 – 1933), focusing on the cases of C A Paulistano and Fluminense F. C.. This identity construction process usually gives these clubs the mark of elitization based on distinction and refinement. By deepening and qualifying this version consecrated by sport memorialism, it is hereby intended to analyze the history of these two clubs, during the initial years of development of football in Rio de Janeiro and in São Paulo, highlighting the relation between the sport and the development of the two cities. In order to demonstrate our central argument, we will bring up social, economic, political and cultural aspects that can be considered fundamental in the construction of the image of distinction attributed both to Fluminense and to Paulistano. Employing the comparative method, we will try to point the similarities and differences in the history of the clubs, assuming as theoretical basis the works of Bourdieu on distinction, of Hobsbawm and Ranger on the invention of traditions and of Halbwachs on collective memory. Together with the documental archives from both analyzed institutions, we will use as sources the documentation produced by the clubs and periodicals from the period. We seek to demonstrate, through the memorial reports produced by writers, managers and former athletes, the perpetration of a range of symbolic values and traditions that associated the Paulistano and the Fluminense to a space of distinction and refinement that reproduced throughout the generations and that remains in the sport imaginary until today.

Sumário

LISTA DE ABREVIATURAS, 14

INTRODUÇÃO, 15

CAPITULO 1: CLUB ATHLETICO PAULISTANO E FLUMINENSE FOOTBALL CLUB: FUNDAÇÃO E TRAJETÓRIAS NOS PRIMEIROS ANOS DO FUTEBOL EM SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO (1900 – 1915), 50

1.1 – Os primeiro tempos do futebol no Brasil, 54
1.2 – Rio de Janeiro e São Paulo: cidades esportivas, 64
1.3 – Fundação do Club Athletico Paulistano, 76
1.4 – Fundação do Fluminense Foot-ball Club, 82

1.5 – Desenvolvimento do futebol em São Paulo e Rio de Janeiro, 91
1.5.1 – Organização e controle do futebol em São Paulo, 92
1.5.2 – Organização e controle do futebol no Rio de Janeiro, 101
1.5.3 – As primeiras dissidências e desavenças, 105

1.6 – Fluminense x Paulistano – o jogo da distinção, 112

1.7 – A primeira cisão do futebol paulista em 1913, 120
1.7.1 – crise do futebol paulista e a fundação da CBD, 128

1.8 – Paulistano e Fluminense: reformas estruturais, 132

CAPÍTULO 2: FLUMINENSE E PAULISTANO COMO SÍMBOLOS DE ELEGÂNCIA E DISTINÇÃO (1916 – 1923), 137

2.1 – Paulistano e Fluminense sob a administração de Antônio Prado Junior e Arnaldo Guinle, 141
2.1.1 – Antônio Prado Junior: o esporte como formador do caráter…, 143
2.1.2 – C.A. Paulistano: recuperação e sofisticação, 150
2.1.3 – Arnaldo Guinle: esporte como empreendimento, 159
2.1.4 – Fluminense: remodelação e sofisticação, 164
2.1.5 – Antônio Prado Junior e Arnaldo Guinle: analise comparativa, 177

2.2 – O esporte como elemento de distinção social e corporal, 182
2.2.1 – Atletas ideais do amadorismo: Marcos Carneiro de Mendonça e Rubens Sales, 188 2.2.2 – O esporte e sua influência na concepção estética, 193
2.2.3 – Eugenia e sport: a concepção de um novo tipo de brasileiro, 198

2.3 – Friedenreich: a trajetória esportiva de um mulato em um futebol de brancos, 210

CAPÍTULO 3: AS RIVALIDADES ENTRAM EM CAMPO: AS DISPUTAS PELO CONTROLE DO FUTEBOL OFICIAL NAS CIDADES DO RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO (1918-1925), 222

3.1 – Rivalidades entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, 224
3.1.1 – Rivalidades entre Fluminense e Paulistano: Taça Ionduran, 234

3.2 – Popularização e suas questões na política esportiva, 245

3.3 – Convivendo com o falso amadorismo e suas tensões, 257
3.3.1 – Honra e distinção no amadorismo, 258
3.3.2 – O avanço do falso amadorismo e as tentativas de reprimi-lo, 262

3.4 – Fluminense e Paulistano na politica esportiva, 269

3.5 – Os reis do futebol: o Paulistano conquista a Europa, 284

CAPÍTULO 4: EM LADOS OPOSTOS – FLUMINENSE E PAULISTANO NO CONTEXTO DA IMPLANTAÇÃO DO PROFISSIONALISMO NO FUTEBOL BRASILEIRO (1926-1933), 303

4.1 – O último match entre Paulistano e Fluminense: o fim do jogo da distinção, 305

4.2 – A situação financeira do Paulistano e do Fluminense (1916 – 1925), 310

4.3 – A fundação da Liga Amadora de Futebol (LAF) e as disputas pelo poder esportivo em São Paulo, 317
4.3.1 – APEA X LAF: As disputas pelo controle do futebol paulista, 324

4.4 – Fim do futebol no Paulistano e a pacificação paulista, 346
4.4.1 – Fundação do São Paulo F. C, 355

4.5 – O esporte na conjuntura varguista: profissionalização e intervenção do Estado, 356

4.6 – A adoção do profissionalismo no Rio e Janeiro e em São Paulo: O papel do Fluminense, 361
4.6.1 – Fluminense: profissionalismo sim, mas sem perder o elitismo, 374

CAPÍTULO 5: A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA CLUBÍSTICA DO FLUMINENSE F. C. E DO C. A. PAULISTANO: A DISTINÇÃO COMO IDENTIDADE, 385

5.1 – Códigos visuais da representatividade clubística do Fluminense e do Paulistano: Uniformes e suas cores, 387

5.2 – Resumos históricos do Paulistano e do Fluminense: fortalecimento da imagem de distinção, 392

5.3 – Literatura e futebol: o Fluminense e o Paulistano nos textos literários e na poesia modernista, 394

5.4 – Livros de memórias como construtores da identidade clubística, 403
5.4.1 – A construção da memória clubística do C. A. Paulistano associada ao amadorismo como valor positivo, 406
5.4.2 – A construção da memória clubística do Fluminense F. C.: a fidalguia a partir do ideal amador, 425

5.5 – Mario Filho e Nelson Rodrigues: a popularização do Fluminense como “elite invertida”, 440

CONSIDERAÇÕES FINAIS, 462

FONTES E BIBLIOGRAFIAS, 478

Referência

FERNANDEZ, Renato Lanna. O jogo da distinção: C. A. Paulistano e Fluminense F. C. - um estudo das identidades clubísticas durante a fase amadora do futebol em São Paulo e no Rio de Janeiro (1902-1933). 2016. 507 f. Tese (Doutorado em História) - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2016.
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