O presente estudo assenta na revisão bibliográfica em torno das migrações de trabalho desportivo. Traz ao debate o seu percurso histórico e os seus efeitos a partir do estabelecimento do neoliberalismo e do “neocolonialismo desportivo” que levaram à integração dos atletas africanos na economia global – “fuga de músculos” – em benefício dos países onde o desporto está mais desenvolvido. O desporto em África se afigura uma das formas ou até mesmo um campo de impugnação à situação atual e aos paradigmas teóricos/epistemológicos do presente, pelo que, tomando como base a relatividade da teoria do sistema do mundo no âmbito do desporto, e, com maior ênfase na teoria das vantagens comparativas, valorizamos uma perspetiva africana sobre este processo migratório. Portanto, assumimos uma visão mais optimista deste processo, na qual defendemos que este êxodo de músculos pode ser mais bem capitalizado a favor dos africanos.
Palavras-chave: Neoliberalismo, migração de trabalho desportivo, Neocolonialismo.