Esta pesquisa se debruça sobre a presença e atuação de fascistas e antifascistas na Società Sportiva Palestra Italia (atual Sociedade Esportiva Palmeiras), agremiação fundada em 1914 com o objetivo de representar a coletividade italiana no ambiente futebolístico paulista. Estabelecendo comparações e relações entre aspectos da vida social, política e cultural de São Paulo durante a Primeira República, são apresentados os grupos e agentes políticos que protagonizaram as lutas sociais na cidade, bem como seus enredamentos com a existência de uma numerosa coletividade italiana emigrada, e a incidência do fascismo e do antifascismo nestes grupos sociais. A seguir, é traçado um panorama da prática futebolística durante o mesmo período, identificando tensões e negociações entre a esfera do chamado futebol oficial e outros futebóis, e comentando particularmente a trajetória do Palestra Italia ao longo de suas primeiras décadas. Com base nesta contextualização, são apresentados os resultados da pesquisa documental realizada, identificando a presença de fascistas e antifascistas organizados dentro do clube, suas atividades, e os processos de disputa, negociação e reelaboração das identidades palestrinas ao longo de todo o período desta atuação política, demarcado entre 1923, data de fundação do Fascio di San Paolo, e 1945, data do fim da Segunda Guerra Mundial.
Palavras chave: Palestra Italia; futebol; italianos; fascismo; antifascismo; imigração.