Esse trabalho tem como objetivo investigar o processo de elitização do público assistente do dos estádios do futebol brasileiro. Tem como ponto de partida a leitura desse jogo em seus diferentes estágios de estruturação, passando pela sua normatização, popularização, profissionalização e por fim na consolidação de uma sofisticada Indústria Cultural capaz de transformar em mercadoria esse bem simbólico de grande aceitação popular, fazendo-o um produto de consumo mundializado, em suas diferentes formas de expressão. Também busca investigar o processo histórico pelo qual passam as praças esportivas e consequentemente o público que as frequenta, na formação das diferentes “culturas torcedoras”, formas de comportamento que passam a ser vistas como desejáveis ou indesejáveis na medida em que as demandas da Indústria do Futebol avançam e se alteram ao longo do tempo. Esse resgate histórico servirá de arcabouço para a análise dos números que mostraram a queda do público nos estádios brasileiros nos últimos anos e a diminuição da presença de integrantes das classes menos favorecidas das principais cidades brasileiras. Analisará que o processo de elitização ocorre em paralelo ao processo de arenização (da construção das Arenas Multiuso para a Copa do Mundo FIFA 2014), ainda que o último sirva para colaborar ainda mais com o fenômeno identificado no primeiro. Este trabalho parte de estudos relacionados ao futebol de diferentes vertentes teóricas, desde a Economia Política da Comunicação e Cultura, até a antropologia, a história, geografia e a sociologia, a exemplo de Santos (2013), Brittos e Miguel (2010), Bolaño (1988; 2008; 2010), Sena dos Santos (2010), Holzmeister (2005), Cajazeiras (2008) e Alm (2012), úteis para a compreensão tanto do desenvolvimento histórico da indústria cultural do futebol, tanto da história dos estádios do mundo.