Biblioteca

Seja um dos 14 apoiadores do Ludopédio e faça parte desse time! APOIAR AGORA
ISSN 2594-8296

O sequestro dos estádios de futebol: a dimensão simbólica das novas arenas e a guinada antifascista transnacional nas torcidas

Periódico / Revista

Locus: Revista De História

Número

n. 1

Ano

2021

Volume

v. 27

Páginas

p. 338-364

Arquivos

Resumo

O presente artigo examina os valores e os sentidos atribuídos por torcedores aos estádios de futebol diante dos embates em torno das novas arenas multiuso. A partir da experiência da Arena Castelão, localizada na cidade de Fortaleza, investigamos como os estádios de futebol se alicerçam enquanto bens culturais representativos de uma coletividade que ganham valor de patrimônio. À vista disso, o processo de arenização, ao atender as demandas de mercado e da lógica capitalista de produção do lucro no espaço futebolístico, provocou controvérsias e reações de diferentes agrupamentos coletivos de torcedores. Como sintoma e efeito das transformações hipermercantilizadas, este artigo avalia a emergência das torcidas antifascistas no século XXI em um quadro histórico mais amplo dos modelos coletivos do torcer, expressados por meio da metáfora do movimento primeira, segunda, terceira e quarta ondas. Dessa maneira, utilizando narrativas, imagens e periódicos como fontes históricas, sugerimos entender o processo de arenização como uma tentativa de sequestro dos mais genuínos valores, comportamentos, expressões e da referência cultural que os estádios de futebol adquiriram. Ao investigar um modelo importado sem a interlocução com torcedores, este estudo procura delinear como o reordenamento das novas arenas multiuso revela um descompasso com a simbologia do valor patrimonial dos estádios à revelia das experiências de torcedores.

Palavras-chave: Arenização. Torcidas organizadas. Torcidas antifascistas. Insurreição clubística.

Resumo (outro idioma)

Este artículo examina los valores y significados atribuidos por los fanáticos a los estadios de fútbol frente a los enfrentamientos que rodean las nuevas arenas de usos múltiples. Con base en la experiencia de Arena Castelão, ubicada en la ciudad de Fortaleza, investigamos como activos culturales que representan una comunidad que gana valor patrimonial. En vista de esto, el proceso de arenización, al satisfacer las demandas del mercado y la lógica capitalista de producir ganancias en el espacio futbolístico, provocó controversias y reacciones de diferentes grupos colectivos de fanáticos. Como síntoma y efecto de las transformaciones hipermecantilizadas, este artículo evalúa la aparición de fanáticos antifascistas en el siglo XXI en un marco histórico más amplio de los modelos colectivos de fanáticos, expresados a través de la metáfora de la primera, segunda, tercera y cuarta oleadas. De esta manera, utilizando narrativas, imágenes y publicaciones periódicas como fuentes históricas, sugerimos entender el proceso de arenización como un intento de secuestrar los valores, comportamientos, expresiones y referencias culturales más genuinos que adquirieron los estadios de fútbol. Como un modelo importado sin interlocución con los fanáticos, este artículo busca describir como la reorganización de las nuevas arenas multipropósito revela uma falta de coincidencia com el valor patrimonial de los estádios a pesar de las experiências de los fanáticos.

Palabras clave: Nuevos estadios de fútbol. Aficionados organizados. Aficionados antifascistas. Insurrección del club.

Abstract

This article examines the values and meanings attributed by fans to football stadiums in the face of the clashes surrounding the new multipurpose arenas. Based on the experience of Arena Castelão, located in the city of Fortaleza, we investigated how football stadiums are founded as cultural assets that represent a community that gains heritage value. In view of this, the arena process, by meeting the demands of the market and the capitalist logic of producing a profit in the football space, provoked controversies and reactions from different collective groups of fans. As a symptom and effect of hyper-mechanized transformations, this article assesses the emergence of anti-fascist fans in the 21st century in a broader historical framework of the collective models of cheering, expressed through the metaphor of the first, second, third and fourth waves. In this way, using narratives, images and periodicals as historical sources, we suggest understanding the arena process as an attempt to kidnap the most genuine values, behaviors, expressions and cultural reference that the football stadiums acquired. As an imported model without interlocution with fans, this article seeks to outline how the reorganization of the news stadiums reveal a mismatch with the symbolism of the patrimonial value of stadiums in spite of the experiences of fans.

Keywords: New football stadium. Organized fans. Antifascist fans. Club insurrection.

Referência

PINHEIRO, Caio Lucas Morais. O sequestro dos estádios de futebol: a dimensão simbólica das novas arenas e a guinada antifascista transnacional nas torcidas. Locus: Revista De História. Juiz de Fora, v. 27, n. 1, p. 338-364, 2021.
Ludopédio

Acompanhe nossa tabela do Campeonato Brasileiro - Série A