O presente artigo se insere no conjunto de discussões sobre o “estilo de jogo” brasileiro, o chamado futebol-arte, focando as ideias elaboradas por Gilberto Freyre, principalmente as presentes em Foot-Ball Mulato (1938). Mais particularmente, objetiva-se compreender como as categorias “apolíneo” e “dionisíaco”, basilares na definição freyriana do “estilo de jogo” brasileiro, são acionadas na construção de representações sobre Pelé, dado que sua pessoa surge frequentemente representada como detentora de características futebolísticas que ultrapassam os limites sugeridos pelas categorias em questão. Pensando a produção de representações como um processo complexo e dinâmico, argumenta-se que não existe um Pelé “verdadeiro”, definido a priori como absolutamente apolíneo ou absolutamente dionisíaco, mas que a construção de representações sobre sua pessoa depende do contexto.
Palavras-chave: Pelé; representações; apolíneo; dionisíaco; futebol-arte.