Este artigo tem como objetivo apresentar o percurso histórico do conceito de treinador da Seleção Brasileira, durante as Copas do Mundo de 1930 a 1970. O foco desta pesquisa foi observar como as interações entre os campos esportivo e político se evidenciaram nas narrativas que projetaram um mundo, exigindo determinados atributos dos técnicos de futebol. Foi testada e confirmada a hipótese de que, na narrativa proposta por cinco jornais brasileiros, o “perfil” ideal de treinador e seu conceito atenderam aos interesses da “elite” nacional. Por mais que o conceito se alterasse, indicá-lo como modelo de “líder” foi uma constante, alterando apenas o que era exigido desse personagem a cada competição. Da estreia da seleção até o dia do desembarque da delegação no Brasil, foram selecionadas todas as reportagens dos jornais que abordam o tema Seleção Brasileira. Em seguida, notícias que abordam a figura do treinador também foram analisadas, indicando qual foi o espaço e os conceitos destinados a esse personagem no mundo dos jornais. Através de uma Análise Crítica das narrativas, foram analisadas 2.351 notícias sobre a seleção, sendo que 577 abordavam o treinador.
Palavras-chave: Narrativas; treinador; Seleção Brasileira; Copas do Mundo; conceito