Os estudos mais aprofundados sobre a superstição, do ponto de vista teórico, não se encontram facilmente em teorias sociológicas e filosóficas. No entanto, como constatado pelo senso comum e em especial pela consulta aos meios de comunicação há uma variedade enorme de condutas que podem ser classificadas como supersticiosas. No esporte isso é fato habitual e aceito por todos (embora alguns digam que não têm superstição, apenas vestem a mesma camisa em dias de clássico – caso de alguns técnicos de futebol). É também desse contexto que os meios de comunicação de massa – a mídia – extraem seus assuntos mais curiosos de superstição. Porém, assim como na vida cotidiana, também no âmbito esportivo não se encontram análises mais aprofundadas sobre esse fenômeno. Esta pesquisa, portanto, além de fazer um registro amplo dos fatos mencionados pelos meios de comunicação, por pessoas diretamente envolvidas no esporte e também por vivências pessoais do pesquisador, dará ênfase a uma análise teórica, do ponto de vista de alguns poucos autores que se interessam pelo estudo da superstição e fazem incursões pelo tema do esporte. Dessa forma, procurou-se explorar, em primeiro lugar, uma melhor conceituação do tema superstição, verificando a sua inclusão em tópicos que versam sobre mito, magia e religião. Em seguida, realizouse um estudo sobre as análises de autores que tratam o tema específico da superstição no esporte. E, por último, traçando-se uma coerência com os temas teóricos estudados, apresentou-se uma síntese de alguns exemplos característicos de superstição no esporte, em especial no futebol, como uma tentativa de classificação de acordo com algumas categorias encontradas na literatura.