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Tese

Tendências evolutivas da dinâmica tática em Futebol de alto rendimento

Estudo da fase ofensiva nos Campeonatos da Europa e do Mundo, entre 1982 e 2010
Ano

2013

Faculdade/Universidade

Faculdade de Desporto, Universidade do Porto

Co-rientador

Maria Teresa Anguera Argilaga

Tema

Tese

Área de concentração

Doutorado em Ciências do Desporto

Páginas

335

Arquivos

Resumo

A presente tese teve como objetivo indagar as tendências evolutivas da dinâmica tática em Futebol de elite. Foram indagados padrões comportamentais, estruturais e interacionais da fase ofensiva das seleções nacionais de Futebol que atingiram as meias-finais e as finais dos Campeonatos da Europa UEFA e do Mundo FIFA entre 1982 e 2010, tendo em consideração a influência das variáveis situacionais “parte do jogo”, “resultado momentâneo” e “fase da competição”. Neste sentido, foi definido um modelo de organização do jogo de Futebol que alicerçou o desenvolvimento de um sistema de observação aplicado à fase ofensiva, denominado SoccerEye. Esta ferramenta compatibiliza os indicadores de observação elegidos para o estudo, com os referenciais teóricos disponíveis na literatura que versa a temática da metodologia observacional (estudo I), tendo sido validada através do consenso (≥ 75%) obtido entre oito peritos em Futebol (estudo II). Para se efetuar um registo de dados fiável e válido em relação ao instrumento de observação e à sintaxe do software de análise estatística SDIS- GSEQ, desenvolveu-se um software de registo (SoccerEye, versão 3.2, Março, 2013) (estudo III). Posteriormente, foram realizados cinco estudos, tendo por base a metodologia observacional e o recurso aos seguintes procedimentos estatísticos: análise da variância (ANOVA); testes não paramétricos de Mann-Whitney e Wilcoxon; regressão logística binária e multinomial; análise sequencial de retardos; e teoria da generabilidade. Constatou-se que no Mundial 2010 as equipas de sucesso iniciaram o ataque na zona central média-defensiva, sendo as zonas laterais do setor defensivo e o setor ofensivo menos utilizadas (p≤0.05). Verificou-se que a recuperação direta da bola foi mais frequente (77.3%) do que a indireta, induzindo a criação de oportunidades de golo (p≤0.05). Ainda no Campeonato do Mundo FIFA 2010, apesar de terem sido encontrados padrões quantitativos de ataque semelhantes entre a 1a e 2a partes, a utilização da análise sequencial mostrou diferenças significativas (z≥1.96). De 1982 até 2010 verificou-se um aumento da utilização do passe, em relação ao drible e à condução de bola, o que parece dever-se à prevalência de contextos de inferioridade numérica no centro do jogo. As equipas privilegiaram o ataque pelos corredores laterais na década 2002- 2010, aumentando a frequência de lançamentos de linha lateral (p≤0.05). No que respeita aos padrões ofensivos propiciadores de remate, na última década verificou-se um aumento da quantidade de comportamentos realizados em transição-estado defesa/ataque. O ataque concluído com obtenção de golo distingue-se do que termina com remate sem concretização de golo, pela capacidade das equipas para criarem situações de oposição direta entre o(s) atacante(s) e o guarda-redes adversário. O conhecimento das alterações nos padrões ofensivos entre 1982 e 2010 poderá ser utilizado para prever as tendências evolutivas do jogo a curto e médio prazo, bem como para desenvolver metodologias de treino adequadas e indagar os efeitos da aplicação de inovadoras tecnologias de análise de jogo.

PALAVRAS-CHAVE: FUTEBOL; FASE OFENSIVA; TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS; VARIÁVEIS SITUACIONAIS; METODOLOGIA OBSERVACIONAL

Abstract

This dissertation examines the evolution of playing tactical patterns in elite-soccer. Behavioural, structural and interactional attacking patterns of play performed by the national teams that reached the semi-finals and finals of UEFA European and FIFA World Championships, between 1982 and 2010 were investigated, taking into account situational variables, such as “game period”, “match status” and “competition stage”. An organizational model of soccer was developed in order to frame a tool named SoccerEye, used along the study. The configuration of this system attends to the observational indicators elected for the study and the theoretical references regarding the framework of observational methodology (study I), and has been validated by the consensus (≥ 75%) of eight soccer experts (study II). An updated version of SoccerEye (version 3.2, March, 2013) was carried out to observe and to record tactical behaviours with adequate reliability and validity according to the observational instrument and syntax of the statistical analysis software SDIS-GSEQ (study III). Five studies were held with the support of the observational methodology and statistical procedures, including analysis of variance (ANOVA), Mann-Whitney and Wilcoxon nonparametric tests, binomial and multinomial logistic regression, lag sequential analysis and generalizability theory. During FIFA World Cup 2010, successful teams tended to start the attack in the central mid-defensive zone, with a smaller amount of ball recoveries in lateral defensive and offensive zones (p≤0.05). Direct ball recovery was the most frequent (77.3%), inducing more goal attempts (p≤0.05). Still in the FIFA World Cup 2010, quantitative attacking patterns of play performed by the semi-finalists during the 1st and 2nd halves of the match were similar. Nevertheless, the use of sequential analysis showed significant differences (z≥1.96), evidencing that this statistical procedure probably improves the knowledge about tactical performance in soccer. From 1982 to 2010 the passing rate increased compared with the dribble or running with the ball actions, probably due to the numerical disadvantage in the centre of the game. Moreover, lateral wings were the most used pitch zones to perform the attack during 2002-2010, inducing the increasing of throw-ins (p≤0.05). Concerning to the attacking patterns of play that induced shots, during the last decade we noticed an increase of behaviours occurred during defence/attack transition-state. The tactical differences between attacks finished with a goal and those ended with shot on target but not scored, should be assigned to the particular configurations of direct opposition between the attacker(s) and the opponent goalkeeper. The knowledge about the progress of attacking tactical dynamics of play between 1982 and 2010 can be used to forecast evolutionary trends. Furthermore it should benefit the development of adequate training methodologies and better understanding of novel match analysis technologies.

KEY WORDS: SOCCER; ATTACKING PHASE; TACTICAL EVOLUTION; SITUATIONAL VARIABLES; OBSERVATIONAL METHODOLOGY

Sumário

Capítulo I, 1
Introdução, 3

Capítulo II, 19
Estrutura da tese, 21
Objetivos, 23
Lista de estudos, 25

Capítulo III, 27
Estudo I. Avaliação da Performance em Jogos Desportivos   Coletivos: Futebol, 29
Estudo II. Desenvolvimento e validação de um sistema de observação aplicado à fase ofensiva em Futebol: SoccerEye, 111
Estudo III. SoccerEye: A Software Solution to Observe and Record Behaviours in Sport Settings, 149
Estudo IV. Ball recovery patterns as a performance indicator in elite soccer, 173
Estudo V. Effects of ball recovery in top-level Soccer attacking patterns of play, 205  Estudo VI. Do attacking game patterns differ between first and second halves of soccer matches in the 2010 FIFA World Cup?, 227
Estudo VII. How elite-level soccer dynamics has evolved over the last three decades: Input from generalizability theory, 241
Estudo VIII. Evolución del ataque en el fútbol de élite entre 1982 y 2010: aplicación del análisis secuencial de retardos, 267

Capítulo IV, 291
Discussão 293

Capítulo V, 313
Conclusões 315

Capítulo VI, 319
Referências 321

Anexos, 333

 

Referência

BARREIRA, Daniel Bruno Vieira de Andrade. Tendências evolutivas da dinâmica tática em Futebol de alto rendimento: Estudo da fase ofensiva nos Campeonatos da Europa e do Mundo, entre 1982 e 2010. 2013. 335 f. Tese (Doutorado em Ciências do Desporto) - Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, 2013.