A presente pesquisa etnográfica, que aborda o torcer e sambar no interior de uma Torcida- Escola: os Gaviões da Fiel (GDF), visou observar especificamente a relação entre pessoas e materiais. A partir da ênfase às dinâmicas torcedoras e/ou sambistas, que são atravessadas por essa vida material da agremiação, buscou-se discutir o torcer e o sambar como vocações sensoriais mediadas pelas coisas inseridas nas práticas de sociabilidade. A observação participante, de perto e de dentro, procurou fugir dos discursos oficiais de harmonia e coesão entre os dois projetos populares, carnaval e arquibancada, para mergulhar assim nas fissuras dessa socialidade corriqueira permeada por conflitos, tensões e negociações, principalmente na relação com os materiais na torcida-escola. Por meio do exemplo etnográfico do protagonismo das coisas que também constroem pessoas nos GDF, especulou-se sobre possíveis atualizações nas formas de torcer e/ou de sambar, tanto a partir dessa experimentação cismogênica entre torcida e escola, quanto da vida material no cerne das experiências cotidianas na agremiação.
Palavras-chave: Antropologia das práticas esportivas; Torcida organizada de futebol; Escola de samba; Gaviões da Fiel; Torcidas-Escolas; Materiais.