O presente artigo objetiva examinar a realização de excursões por clubes de futebol de várzea de Belo Horizonte e sua inserção em uma cultura esportiva popular, assim como suas relações com o lazer entre populações da periferia da capital mineira entre os anos 1940 e 1980. Esse é um dos temas que aparece em uma série de relatos orais produzidos como parte do inventário do futebol amador na cidade, ação que visou o reconhecimento da prática como patrimônio imaterial do município. O conteúdo das entrevistas, associado a fontes jornalísticas e à documentação das agremiações, proporciona indícios para a compreensão dos sentidos alcançados pelas partidas que as equipes disputavam em outras localidades, fora da capital mineira. Tais jogos se articulavam aos esforços de auto-organização das entidades varzeanas e às possibilidades de diversão dos moradores dos bairros periféricos de Belo Horizonte naquele período.
Palavras-chave: Futebol amador. Excursões. Lazer. Belo Horizonte. Patrimônio imaterial.