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Daniela Alves (parte 2)

Equipe Ludopédio 12 de agosto de 2016

A paulista Daniela Alves iniciou a carreira na Portuguesa, onde começou a jogar com apenas 13 anos. Atuou em equipes do exterior: passou pelo futebol da Suécia, disputou a Liga Norte-Americana. Foi jogadora da seleção brasileira entre 1999 a 2008, disputando Copas do Mundo e Olimpíadas. Conquistou a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos de 2007, quando também foi a artilheira da competição, com seis gols. Conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004. Em 2007, foi eleita a melhor jogadora da primeira edição da Copa do Brasil. Encerrou precocemente a carreira devido a uma lesão no joelho.

Daniela Alves. Foto: Max Rocha
Daniela Alves. Foto: Max Rocha.

Segunda parte

Dani fala um pouquinho dessa questão dos dribles. Você jogou em outros países. Isso é uma marca mesmo da formação das jogadoras brasileiras aqui no Brasil, ou é algo mais individual seu, da Marta, da Cristiane, ou é algo trabalhado nos treinamentos, nas equipes em que você passou?

Não, eu levava daqui para lá é uma coisa que é do brasileiro mesmo, porque principalmente na minha geração não tinha base, a maioria jogava com os homens. O brasileiro em si começa com aquele futebol de rua que tem os dribles, em que você vai driblar vai passar pelo adversário, e nós vamos crescendo com isso. Hoje o futebol em geral, tanto o futebol feminino quanto o masculino foram perdendo isso, o feminino ainda tem, o masculino não, por isso que está desse jeito, virou muito força física, muito mecânico. Hoje os treinadores das bases tiram esse drible da criança, eles dizem que tem que tocar a bola e sair correndo, então esse é um diferencial nosso. Quando eu saí, eu me lembro que fui jogar na Suécia, imagina o futebol sueco eu meio campo, meia atacante cheguei na Suécia para jogar. No meu primeiro jogo era ataque, defesa, bum para o ataque, voltava a outra defesa bum para o outro ataque e eu só olhando a bola por cima, eu falei eu tenho que arrumar uma forma de conseguir pegar na bola, e no treinamento eu fui ganhando a confiança da zaga do meu time “não pode tocar em mim.”, “mas você está marcada”, “não pode tocar”, ela tocou a bola pela primeira vez e eu dei um drible na minha marcadora e já lancei a minha ponta que era super veloz, ganhei a confiança da minha zagueira, então comecei a colocar a bola no chão do meu time e a jogar. Junto com o time da Marta, que jogava na Suécia, eramos um dos times mais fortes da Europa, chegamos à duas finais.  Nós por sermos diferenciados temos quer ser distintas, temos que ser inteligentes modificar a forma de jogar de determinada cultura para poder nos favorecer, e se adaptar obviamente a outra cultura. Sempre penso comigo, se eu estou indo jogar em outro país é porque a minha forma de jogar é diferente do que eles têm por lá, porque senão não ia. Sempre mostrava meu futebol fora do país do mesmo jeito que jogava por aqui no Brasil, na pelada jogava como em um time, na seleção ou lá fora, a minha forma de jogar era assim, eu me divertia e eu falei isso para mim, no dia em que eu não tiver mais prazer em jogar eu vou parar de jogar. Do mesmo jeito em que eu jogava na minha rua eu jogava em uma competição, quando chegava em uma final para mim era indiferente se o estádio estava lotado, se o adversário era forte, mediano ou fraco eu jogava para ganhar sempre.

Voltando para a segunda final olímpica, portanto já estava garantida a segunda medalha contra a mesma seleção da primeira vez, os Estados Unidos, a primeira vez foi o outro branco e a segunda o que foi?

A segunda vez doeu, porque nós pegamos a seleção americana na semifinal do mundial e atropelamos elas, foi um show nosso, elas nem nos viram em campo, olhar a cara delas de decepção olhando o placar e pegando aquela bola de dentro do gol várias vezes, colocando no meio de campo e não acreditando no resultado foi mágico.

Esse jogo foi quando e quanto terminou?

Foi em 2007 no Mundial, terminou 4×0 para nós. Pegamos e perdemos da Alemanha na final. Acho que as americanas para as Olimpíadas, nos estudaram engasgadas sobre aquela semifinal, estudaram a gente demais e nós demos uma esfriada digamos assim. Porque nós viemos com o mesmo time que nós a atropelamos, já elas não, houve modificações na equipe delas, inclusive a goleira a Hope Solo tinha ficado no banco no jogo em que ganhamos delas, a goleira veterana que tinha jogado, elas já tinham o problema interno sobre as goleiras, estavam meio em crise. Deputamos a final contra a Alemanha e perdemos o Mundial, fomos para as Olimpíadas no ano seguinte enfrentamos na semifinal a Alemanha, e vencemos engasgadas com a final perdida no Mundial. Atropelamos a Alemanha e vem a final contra os Estados Unidos e não sei te dizer o que, mas nós jogamos muito, e a bola infelizmente não quis entrar novamente. Perder dois anos seguidos com aquela seleção foi inexplicável. Perder em 2004 foi diferente de perder em 2008, nós tínhamos um treinador top de linha, profissional mesmo fez um trabalho excelente, falou antes de sair do Brasil que nós iríamos subir no pódio, realmente ele cumpriu com a palavra. Em 2008 sabíamos que o nosso time estava ótimo fisicamente, tecnicamente, tudo perfeito. Tínhamos perdido o Mundial inexplicavelmente, porque jogamos muito não tinha o porquê de perder. Ficamos com a obrigação de trazer o ouro, chegamos até a final novamente contra uma seleção que temos uma grande rivalidade, no que no masculino é Brasil e Argentina, no feminino é Brasil e Estados Unidos. Com um time que tinha atropelado elas, acho que vieram com a faca nos dentes. Perdemos jogando mais que as adversárias de novo, essa doeu nós chegamos à final novamente, segunda seguida, e eu detesto perder, fiquei andando em campo para poder me acalmar, fiquei desorientada lá, andando e andando para tentar me acalmar, falei comigo como é que pode? Eu corro por três em uma final, chegamos até aqui tem que ganhar. Perder foi doído, perder aquele pódio foi demais, olhar para o lado e falar você poderia estar ali no andar mais alto e está no debaixo, a Olimpíada da China foi a mais doída.

Nos jogos seguintes, de Londres, você já tinha parado?

Sim, eu já tinha. Eu parei em 2010.

Como foi parar para você?

Para mim foi tranquilo, já que foi uma decisão minha, foi bem tranquilo. Depois das Olimpíadas eu fui para os Estados Unidos, em 2009, disputar a liga americana. No meu quarto jogo, a Wambach que era centroavante me deu uma entrada criminosa no meio de campo, foi uma entrada desnecessária, eu estava acabando com a partida, já tinha feito dois gols, estava acabando com o time dela, acho que deve ter pensado “tenho que tirar essa menina do jogo, para sempre”. Ela me deu uma voadora no meio de campo, eu nem vi a jogada, foi muito desnecessário, só lembro da pancada e de gritar, tive hipotermia porque estava jogando em Washington, cortaram meu uniforme inteiro, fui para o hospital. Eu nunca tinha me lesionado, eu estava imaginando que a fratura estava exposta na perna, tamanho foi o impacto e a dor que estava sentindo. Não consegui retornar para o futebol, fiz uma cirurgia no joelho, em 2009, tentei voltar não consegui e fiz outra cirurgia, novamente deu complicações no joelho, passando assim pela terceira cirurgia. Depois disso eu falei para mim chega, agora só entro em uma sala cirúrgica para ter o meu filho. Foi o que eu fiz, voltei para o Brasil, parei de jogar, fizeram até campanha para eu voltar, mas decidida não iria voltar, não voltei parei mesmo, nem jogava, nem assistia uma partida, não queria saber mais de futebol, não queria perguntas referente ao meu joelho. Mudei totalmente de área logo depois, abri um açougue, dos cinco anos em que estava parada dois totalmente fora do futebol, voltei a jogar porque meu amigo e também fisioterapeuta, insistiu para eu jogasse de segunda feira com um grupo de amigos, acabei cedendo e voltei a jogar futebol novamente. Jogar está no sangue não tem como fugir, acabei largando o açougue por conta da gravidez, e depois pela maternidade. Hoje eu voltei a trabalhar com o futebol, treino crianças em uma escolinha, a mesma em que comecei.

Nesse afastamento ocorrem os Jogos de Londres. Você acompanhou de alguma forma a competição? Manteve algum contato com as jogadoras? Como que foi isso?

Mantenho até porque elas são chatas e não me deixam. Tenho as amizades que ficam, que são verdadeiras, não tem como você não ter vínculo nenhum. Acompanhei bem pouco a Olimpíada de Londres vi algumas coisas, sabia até porque ninguém deixa eu não saber, sempre tinham alguma pessoa que vinha falar comigo sobre isso, seja cliente, emissoras de televisão, enfim não conseguia fugir. E eu sempre torci para as meninas, sempre quis que conquistassem a medalha, como estou torcendo agora, acho que nós merecemos, e eu me incluo, o futebol feminino merece isso. Acompanhei pouco, mas ainda tenho as amizades que estão lá como a Barbara, a Marta, a Formiga e a Fabiana, que permanecem na seleção. Torço, acompanho e sempre acompanharei, e sempre torci, não só no futebol, mas na vida pessoal delas também, a evolução, as conquistas, essas sim são amizades verdadeiras.

Daniela Alves. Foto: Max Rocha
Daniela Alves. Foto: Max Rocha.

O que você espera dos Jogos do Rio 2016? Inclusive o futebol começa antes. Qual é o seu palpite do desempenho dessa seleção jogando em casa, com a pressão da torcida?

Não, creio que não quando se tem um objetivo independente do lugar, do adversário, independente do clima no dia do jogo, se tiver barro, se tiver grama, se tiver terra, você tem um objetivo você vai enfrentar tudo. O futebol feminino sempre enfrentou dificuldades, acho que vai ser até melhor que tenha a torcida a nosso favor, estamos em casa. Jogamos um Pan Americano no Rio, em 2007, colocamos mais de 70 mil pessoas no Maracanã, só para assistir o feminino, e foi em uma quinta feira ao meio dia. Então na Olimpíada vai ser totalmente diferente, a torcida vai comparecer, vai torcer, e eu acho que nós iremos fazer história, estava faltando esse momento, uma Olimpíada na nossa casa para conseguir a medalha de ouro. Acho que as meninas merecem, a Marta, a Formiga, todas as meninas que estão lá representam todas que já passaram pela seleção, o futebol feminino merece.

Existe uma diferença entre, na sua visão, disputar um Mundial e disputar uns Jogos Olímpicos? Existe alguma diferenciação, algum é mais especial de disputar que o outro para o futebol feminino?

A Olimpíada o mundo inteiro está acompanhando, já que é uma competição que países do mundo inteiro estão participando. Já o Mundial são alguns países tais como a Alemanha, Estados Unidos, a Noruega (que já foi forte), e só o futebol como esporte principal. Para mim tem importância igual, mas a Olimpíada vai ser mais especial porque está na nossa casa, o mundo inteiro está acompanhando, o ambiente se torna diferente, o número de jornalistas, transmissões, a quantidade do alcance é muito maior que no Mundial. Porém, para o feminino a importância é a mesma, já que só temos essas duas competições com a seleção que é o Mundial e as Olimpíadas não há outras competições. A diferença é essa o Mundo inteiro acompanha as Olimpíadas, o Mundial é mais restrito, mas a importância é a mesma, buscar o ouro e uma estrelinha rosa no uniforme da seleção, já que carregamos cinco dos homens, quem sabe eles não vão carregar uma rosa nossa.

E o que falar dos anos que você passou no profissional, já que foram mais de dez anos, como foi a evolução da organização do futebol feminino nesses anos todos? Nós sabemos que ainda não chegou no nível que queremos, porém houve uma evolução, nós queremos saber na época em que você trabalhou de como foi essa evolução?

Quando eu comecei tinha mais competição do que hoje, quando eu comecei jogávamos o ano inteiro. Havia campeonato paulista, campeonato brasileiro, copa primavera, torneiro do sei o que, nós tínhamos atividade o ano todo. Quando eu comecei tinha uma seleção convocada, uma seleção no banco e uma seleção fora esperando pela convocação, tinha muito mais meninas jogando, não sei se jogando, mas muito mais competitivo. Você tinha uma Portuguesa onde eu jogava, tinha um São Paulo, um Vasco, depois um Corinthians todos times de camisas de pesos e muito bons. Ao passar dos anos essas meninas foram envelhecendo, foram parando e não havia novas garotas para jogar, talvez porque foram mudando tudo, o mundo foi se transformando. Até os meninos foram ficando mais em casa, por conta da tecnologia, dos vídeos games, da violência, não sai mais para a rua, acho que tem criança que nunca jogou queimada e taco na rua. Isso tudo gera uma grande diferença em relação a tecnologia usada no futebol, hoje os clubes utilizam dessa tecnologia para se beneficiar. Fui em Itu visitar a seleção feminina, agora em que elas estão treinando para as Olimpíadas e eles estão usando a tecnologia para monitorar as atletas, o preparador físico, o fisiologista tem a atleta inteira em uma tela de computador, ele sabe a força da perna, sabe se a direita está mais fraca que a esquerda, onde ela finaliza mais, onde tem mais dificuldade de marcação. Então tem tudo para melhorar, acho que se tivéssemos essa tecnologia na nossa época nós seríamos medalha de ouro fácil, conquistaríamos o Mundial, teríamos primeira, segunda e terceira como as melhores do mundo fácil. O brasileiro tem esse emocional, e o que pesa em geral para o brasileiro nas competições é o emocional, quando chega a um ponto de dificuldade ele não tem aquela frieza de parar e dar a volta por cima, começa o desespero, não há esquema tático, não tem mais nada, pega a bola e BUM e seja o que Deus quiser. Já o europeu, o americano tem essa frieza de colocar a bola no pé e recomeçar, fazer tudo que treinou. Acho que tem essa diferença, há mais tecnologia não tem tanta qualidade. Na época de 1997 e 1998 havia muita qualidade, tinha a Roseli, a Pretinha, a Sisi, a Michael Jackson, muitas meninas eram conhecidas e hoje em dia nós temos a Marta e depois da Marta quem você fala que é assim, tem a Cristiane são duas, naquela época você tinha pelo menos umas dez que eram muito boas.

O que representa o futebol para você?

Minha vida. Eu sempre joguei futebol e hoje olhando para trás, quando se é nova não fazemos isso, depois que ganhamos experiência, e olhamos para trás e olha para uma criança e fica admirada, eu com quatro, cinco anos eu jogava bola no meio dos homens, fico olhando para trás e digo “nossa eu fazia isso”?. Eu fui criada com meu irmão e meu primo eu fazia a cabeça deles para poder brincar de boneca, mas só podíamos brincar de boneca depois que brincássemos de alguma brincadeira dele, e eu jogava bola e era escolhida primeiro que eles, e se eu colocasse um tênis no pé eu não jogava, tinha que ser descalça me destacava descalça. Me lembro que sempre morei perto de uma praça ou de um campo, sempre tive esse privilégio, mas briguei muito e gastei muitas lágrimas para poder jogar futebol. O meu quintal é um campo de futebol e para eu brincar tinha que esperar o meu pai sair para trabalhar para conseguir ir para o campo para jogar, quando estava perto dele chegar tinha que voltar, se ele me pegasse no campo ele brigava e eu entrava para dentro de casa chorando, e eu só conseguia voltar caso eu chorasse muito ou alguém intervisse por mim.  Olhando para trás e vendo tudo isso eu fico boba, pois a minha maior alegria era quando eu entrava dentro das quatro linhas, eu fazia a minha felicidade ali, eu dava o meu melhor, jogava por amor e alegria, eu sabia que ali eu estava bem, eu sabia jogar futebol e jogava bem. As pessoas fora gostavam de me ver jogar, acho que eu fazia com tanto amor que chegava a passar para que estava assistindo.  Eu criança, menina, sentada na beira do campo esperando os homens escolher os times para fazer a pelada eles olhavam para mim e perguntava “o que ela está fazendo aqui?”  “ela quer jogar.”, “uma menina desse tamanho?”, eles falavam também para me colocar só para eu ficar lá no meio, e eu era a última a ser escolhida, quando eu pegava na bola eu dava o drible, eu fazia as minhas graças pequenininha e eles ficavam admirados. Depois disso era uma das primeiras a ser escolhida e eles me deixavam jogar, futebol para mim foi tudo, a minha base, a minha alegria, o meu refúgio, foi tudo para mim.

Esse é um dos grandes desafios do futebol feminino, e principalmente das mulheres que estão lá começando, vencer diferentes formas de preconceito dos homens em relação ao futebol. Em diversos momentos você nos disse que teve esse preconceito. Muitas vezes vem também em forma de piada, “vai lavar louça”, “vai fazer isso”. Em uma sociedade machista como a nossa, isso apareceu durante a sua trajetória, ou também no projeto em que você faz parte?

No projeto não, pois já sou professora e também conhecida, temos poucas meninas, mas elas jogam no meio dos meninos, e estes por sua vez tratam com o maior respeito, não tenho problemas com os meus alunos, e nem fora comigo aqui porque todos sabem que eu jogo com os veteranos toda sexta e eles me marcam como se ainda fosse jovem, muito gostoso jogar com eles. Até hoje esse preconceito existe, não onde eu jogo, mas as vezes quando vou jogar com uns amigos e o time adversário vem e não conhece ficam se perguntando “uma menina?”, ai começo a escutar os comentários “hoje vais ser fácil, tem uma menina jogando”, coitados, eu acostumada entro em campo a bola rola e a menina pega na bola, já dá um drible e coloca o atacante na cara do gol, a torcida começa a gritar “toca para a menina, toca para a menina”, a menina começa dar um drible, um lançamento e a torcida começa a gritar “quebra a menina, quebra a menina, tira a menina do jogo”, porque a menina que eles estão falando que é a mais fraca de repente se torna a mais forte. Depois os meninos vêm pedem desculpas, ficam admirados e chegam a falar eu te vi jogar em algum lugar não vi não? Isso é gostoso, mas sim o preconceito ainda existe, hoje é mais comum você ver as meninas jogando, hoje se você for em uma quadra society vai ter times feminino, disputando um campeonato feminino, os homens respeitam e muitas vezes param para assistir, alguns influenciados por outros, já que sempre estão em grupos, as vezes acabam falando alguma bobagem, logo mudam de ideia, veem a qualidade e respeitam.  É gostoso você acompanhar o crescimento do futebol feminino, ver as meninas se divertindo, sendo respeitas pelo nível de futebol que apresentam, infelizmente o preconceito ainda existe.

Dani tem alguma coisa que não perguntamos e você gostaria de falar?

Eu agradeço pela oportunidade de estar falando a minha história e me ver ainda lá no telão do Museu falando. Eu recentemente fui visitar o Museu, e encontrei uma senhorinha que trabalha lá, a Dona Maria que fez questão de ir até a mim, me dar um abraço, porque assistiu o documentário em que eu aparecei. Isso é gratificante, é gostoso de ver que eu parei de jogar, mas ainda tem esse brilho nas pessoas, essa forma gostosa de olharem para você, não parar porque ninguém te quer mais, porque você fez algo de errado. E eu poder continuar e ensinar coisas boas para as crianças, podendo levar eles para ver a professora no Museu do Futebol dando uma entrevista, participando, e ver o brilho no olhar deles é muito gratificante.

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