Visões do Bi

Depoimentos de jogadores da Seleção no Mundial de 1962

 

Nota Explicativa

Esta série é parte integrante do projeto “Futebol, Memória e Patrimônio”, desenvolvida entre os anos de 2011 e 2012, com o apoio da FAPESP. A pesquisa foi realizada em parceria pelo CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e pelo Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB), equipamento público vinculado ao Museu do Futebol/Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Nesta seção, serão apresentadas as edições de 6 entrevistas concedidas por atletas brasileiros que estiveram presentes na Copa do Mundo de 1962, no Chile, a sétima primeira edição do torneio organizado pela FIFA. São eles: Mengálvio, Jair da Costa, Coutinho, Amarildo, Jair Marinho e Altair. O propósito dos depoimentos, com base em sua história de vida, método caro à História Oral, foi rememorar as lembranças dos futebolistas acerca de sua participação na competição, de modo a destacar os preparativos para o Mundial, os jogos e a volta ao Brasil. O depoimento a seguir foi concedido no dia 11 de abril de 2012, no auditório Armando Nogueira, situado nas dependências do Museu do Futebol, em São Paulo.

Link da entrevista: https://cpdoc.fgv.br/museudofutebol/jair_da_costa.

Entrevistadores: Paulo Fontes (FGV/CPDOC) e Clarissa Batalha (Cineasta/Museu do Futebol); Transcrição: Fernanda de Souza Antunes; Edição: Pedro Zanquetta

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Jair da Costa durante a entrevista realizada no Museu do Futebol.

 

Jair da Costa

 

Nasceu no dia 9 de julho de 1940 em Santo André, em São Paulo. Aos oito anos de idade, muda-se para Osasco. Começa a jogar na várzea e, antes de se tornar profissional, ainda na adolescência, integra o time da Cobrasma, indústria ferroviária em que trabalhava. No ano de 1958 vai jogar pelo juvenil da Portuguesa de Desportos. Na Lusa, sagra-se campeão do Torneio Vicente Feola. No ano seguinte estreia no time profissional da Portuguesa, em 1960, é vice-campeão paulista, atrás apenas do Santos de Pelé. Em 1962, é convocado para a Seleção que disputou a Copa do Chile. Na preparação para o Mundial, participou de um amistoso contra o País de Gales. Após a volta ao Brasil, foi negociado com a Internazionale de Milão, onde jogou até 1972. Foi tetracampeão italiano e bicampeão da Copa dos Campeões e do Mundial Interclubes. Jogou na Roma por uma temporada.  Dez anos depois da saída do país, retorna para jogar no Santos. Em 1973, foi campeão paulista, em título divido com a Portuguesa, em função de um erro de contagem dos pênaltis, do juiz. Jogou ainda no Windsor Star, do Canadá. Seis meses mais tarde, encerra sua carreira em razão de um problema crônico no joelho. Nos anos 1980 foi um dos percursores do showball no Brasil, ao lado do também ex-jogador Todé. Na ocasião em que concedeu o depoimento, era dono de algumas quadras de futebol society em São Paulo e em Osasco, onde reside.

 

Depoimento

Nasci no dia 9 de julho de 1940, na cidade de Santo André, São Paulo. Aos 8 anos de idade fuimorar em Osasco, onde permaneço até hoje. Minha mãe era campineira, dona de casa, e meu pai, carioca, operário da Firestone, de pneus. Em Osasco, ele e o cunhado trabalhavam juntos, em um matadouro de Carapicuíba, bem próximo da nossa casa. Faleceu quando eu tinha 13, deixando quatro filhos – meu irmão mais velho, também já falecido, eu e duas irmãs, uma delas mais velha, outra mais moça. Elas residem em Ourinhos. Bem criança, antes dos 10 anos, comecei a jogar bola de meia, descalço, no time do Zé Mota, um sujeito mais velho, que nos ensinava os fundamentos, e no Duque de Caxias.  Havia um campinho de várzea, no meio do mato, onde disputávamos partidas aos domingos. Por intermédio do futebol e que arrumei meu primeiro emprego, na Cobrasma, empresa de material ferroviário.

Contrataram um jogador de futebol?…

Eu precisava trabalhara fim de ajudar a família, e a fábrica mantinha um clube em que os empregados praticavam diversas modalidades de esporte – basquete, vôlei, boxe… Outras firmas faziam o mesmo.

Mas o senhor trabalhava na produção ou ficava batendo bola? [risos]

Eu trabalhava na administração, como office boy. E treinava, é lógico. Tive algum destaque no campeonato do Sesi, jogando na meia-esquerda. O time era ótimo; em três anos, conquistamos dois campeonatos. Até que um dia, um colega de escritório, Tony Marchetti, disse que a Portuguesa de Desportos andava atrás de um ponta-direita. Fui, fiz quatro treinos, e deu certo.

Mas o senhor continuou na Cobrasma…

Sim. Treinávamos somente às quintas-feiras, no velho Canindé3, de arquibancadas de madeira. Tony, na ponta-esquerda, e eu, na ponta-direita. Vínhamos de trem e pegávamos o bondinho 29, na estação Júlio Prestes, da Estrada de Ferro Sorocabana. Hoje é diferente, todo mundo tem carro. E que carros! Às vezes, uma pessoa ou outra nos reconhecia, puxavam conversa rápida, mas calma. A própria imprensa não nos tratava como celebridades. Havia menos repórteres. Era bastante diferente.

Os grandes times enviavam olheiros a esses campeonatos?

Não, antigamente não. Tony fora levado à Portuguesa por um padrinho seu, um tal de Brandão. Mas a gente precisava botar a chuteirinha debaixo do braço, e a cara à tapa [risos].

E qual foi a sua estreia?

Em 1957, contra o juvenil do Sport Club Corinthians Paulista. Naquele ano, fomos campeões, conquistando o Torneio Vicente Feola. Eu tinha 17 anos.Aí, o clube fez um contratozinho de gaveta e passou a me dar uma ajuda de custo. Não larguei o emprego porque o chefe da Seção de Pessoal, senhor Robertinho de Souza Lima, me dava folga nos dias de treino. Então, ganhava dois “salários”. Só precisei optar no comecinho de 1959, ao me tornar profissional.

O senhor assumiu essa decisão tranquilamente?

Julinho Botelho4, na Itália, deixou a posição vaga. Não titubeei, não.Assinei um contrato de três anos. Ganhando, se não me engano, R$ 8 mil, muito mais do que no escritório. No primeiro ano, tive um problema no joelho, operei, fiquei mais de 30 dias parado. Retornei na condição de titular, e fomos vice-campeões do certame estadual.

Substituir um craque de renome internacional terá sido uma responsabilidade pesada…

Apesar de muito jovem, não senti peso, não. Eu sempre fiz o melhor que podia, e precisava ganhar dinheiro, então, lutei muito. Toda a minha vida batalhei arduamente.Joguei tão bem que fui chamado para a Seleção Paulista, em 1961, e joguei ao lado de Pelé5, contra Garrincha6, Nilton Santos7 – o time carioca só tinha fera! [risos]

Eles eram os seus ídolos?

Na época, sim. Mas, desde garoto, e a vida inteira, só torci pelos times em que joguei [risos] Eu gostava de jogar bola [risos]. E de ir assistir aos jogos dos grandes clubes. Ia a pé, desde a estação Barra Funda, até o Pacaembu. Cada timaço!…

O senhor atingiu o auge da carreira muito rapidamente!

Três anos. Cheguei à Seleção Brasileira aos 22, na conquista do bicampeonato mundial, em 1962. Mas Coutinho e Amarildo tinham menos idade que eu.

Muito jovem, ainda… Alguém o orientava sobre como enfrentar o assédio da imprensa? 

Não, ninguém me orientou, não. Eu mesmo resolvia os problemas. E a imprensa não criava problema algum. [risos]

O senhor lembra o que sentiu ao saber que fora convocado?

Muito honrado, conquanto eu tenha lutado demais antes de chegar lá. Na minha frente, havia Julinho, Garrincha, Dorval, Peixinho, Faustino… Consegui ser um dos 41 convocados e fiquei entre os 22 selecionados. Sorte?… Penso que não. A partida contra a Seleção Carioca, em São Paulo,teve grande importância; quem me marcou foi Nilton Santos, você imagina?!… Ganhamos de 3 x 1. Se não me engano, Pelé fez dois gols, e Pepe, um.Não sei quem marcou pelos cariocas [risos].

Pela seleção brasileira, só entrei em campo uma vez, no jogo em que vencemos o País de Gales por 3 x 1, no Pacaembu, em maio de 1962. Um amistoso.

E na Copa?…

Nós ganhamos. [risos] O grupo era muito bom. Lembro-me do penúltimo jogo, contra o Chile, dono da casa, Garrincha fora expulso e teria de cumprir suspensão automática. Vivi em grande expectativa ao longo de toda a semana, treinando, diariamente.

Só pensando em jogar a final!…

Pelo menos isso. [risos] Paulo Machado de Carvalho me incentivou um bocado. Mas deram um jeito de suspender a punição, e Mané pode retornar ao gramado. Vencemos a Copa graças a ele e ao Amarildo, que entrara quando Pelé se contundiu.

Mané era de fácil convivência?…

Tranquilo. Ele vivia brincando, sem nenhuma “máscara”. (risos) Havia uma união muito forte, os veteranos – Pelé, Zito, Gilmar, Belini, Mauro – faziam tudo para ajudar os mais novos. E o técnico, Aymoré Moreira, também conversava muito conosco.

Algum adversário assustava mais que os outros?

Na Copa do Mundo, todos! Não tem jeito, é preciso vencer cada um, e ninguém é favorito. Dentro das quatro linhas, são 11 contra 11, durante 90 minutos.

Naquele tempo, só o goleiro permanecia no “banco”, e a gente assistia os jogos do Brasil e das seleções que teríamos de enfrentar, na arquibancada, no meio dos torcedores, torcendo junto (risos)

O senhor teve algum aborrecimento durante a copa?

Absolutamente, nenhum. Senti apenas não ter jogado, mas nem me lamentei, porque Garrincha foi praticamente o jogador perfeito, só não fazia chover… Ser reserva dele me parecia maravilhoso.

Após da festa da vitória, na embaixada do Brasil, em Santiago, fomos recebidos, em Brasília, pelo presidente João Goulart, que nos entregou um diploma de campeões do mundo. Os cariocas, no Rio, e os paulistas, em São Paulo, desfilaram em carros de bombeiros, sob os aplausos da multidão, nas calçadas.

Um mês depois,eu estava na Internazionale, cujo técnico, Helenio Herrera, treinava também a seleção espanhola;os reservas da seleção brasileira jogavam contra times chilenos, às quartas-feiras, e ele me vira,em Viña Del Mar. Contratado, fui de Osasco diretamente para Milão [risos].

Foi a grande chance de melhorar de vida…

Mas é claro!  Eu já ouvira falar do Milan, do Juventus, da Fiorentina, mas nem conhecia a Inter… A língua e os costumes diferentes não me atemorizaram; eu só precisava jogar futebol, e isso era tudo o que eu queria –conquistar a minha independência financeira. Tive apoio da família, e agarrei a oportunidade sem pestanejar.

Qual a primeira lembrança que o senhor tem da sua chegando à Itália?

Fiquei 15 dias concentrado, em San Pellegrino. Falava um espanhol arrastado e conversa somente com o treinador, argentino, e seu auxiliar, Luiz Soares, da seleção espanhola. Eles serviam de intérpretes, até que comecei a entender um pouquinho de italiano. O empresário, que me contratara, aprendeu o essencial do português, e eu fui me virando… (risos) Disponível a qualquer hora, o presidente do clube, Angelo Moratti, pai do atual dirigente Massimo Moratti, nos assegurava todo o apoio.

Cheguei ainda no verão, e fui morar na periferia da cidade, na casa da família de Fachetti23, lateral esquerdo. Os treinamentos aconteceram normalmente; jogando o que sabia, nem precisei me adaptar. Apenas, por ser o terceiro estrangeiro contratado, só pude ser escalado em novembro, depois que o centroavante inglês transferiu-se para o Torino.

E quando o senhor entrou em campo?

Foi contra o time do Genoa. Aos dois minutos do primeiro tempo, eu já marcara um gol. Dali, iniciamos a arrancada que nos levou a quebrar o jejum da Inter, que durava há nove anos. Fomos campeões de três temporadas seguidas, de 1963 a 1965. Vencemos a Liga dos campeões, na Europa, e fomos campeões do mundo, conquistando a Copa Intercontinental, em 1964 e 1965. Derrotamos o Real Madrid, de Gento, Puskás, Di Stéfano e Santamaría, e o Benfica, de Eusébio, Coluna e José Torres. Na final,de 1965, debaixo de uma tremenda chuvarada, fiz o único gol da decisão.

Nunca sentiu saudades do Brasil?

Claro que sentia, mas não podia me dar a esse privilégio. [risos]Iniciando uma carreira importante, em outro país, e só pensava na minha família. Precisava ganhar dinheiro.

Qual a maior diferença entre o futebol brasileiro e o italiano?

No Brasil, dava-se muito peso aos treinamentos físicos; na Itália, não; eu só treinava com bola. Os jogadores davam mais atenção ao técnico. Jogava-se o que então se chamava de “futebol força”, à base da marcação homem a homem e muita velocidade; duro mesmo. Mas eu me adaptei bem, simplesmente não deixando os adversários chegarem em mim; dominava a bola e saía…

O senhor criou fama de ser muito rápido…

Exato. Além disso, graças ao meu início na meia-esquerda, eu cruzava da ponta-direita, tranquilamente.

Os atacantes marcavam, também?

Até o meio de campo. Meu time se especializara em contra-ataques. Helenio Herrera nos orientava nesse sentido; o placar era secundário. Ganhar, de 1 x 0 ou mais, nós só nos interessávamos pelos pontos. [risos].

É o célebre catenaccio…

Não se trata de uma tática ultradefensiva, embora muitos acreditem nisso; é uma estratégia: solidez na defesa e velocidade no contra-ataque.

A escalação não sofreu alterações, ao longo daquela primeira temporada?

Não.

Havia outros brasileiros, na Itália…

Dino Sani e Amarildo jogavam no Milan. A residência do Dino ficava a 1 km de onde eu morava, e fizemos boa amizade; almoçava e jantava, frequentemente, na companhia dele e da sua família.

E a receptividade da torcida?

Eu diria que os italianos são um pouquinho mais fanáticos, mas não provocavam tumultos e sempre me trataram de forma excelente. Existiauma rivalidade grande com o Milan. Os presidentes, nem se falavam direito. No futebol, porém, a tendência é o melhor ganhar quase sempre. A Inter ganhava mais. [risos] Marquei um gol em um derby della Madonnina33 que terminou 5 x 2, a nosso favor. Naquele dia, estávamos insuportáveis!…

Quanto tempo o senhor permaneceu na Itália?

Dez anos. Até 1967, na Inter. Em 1968, fui para o Roma. Em seguida, voltei à Inter.

Neste período, eu e Amarildo fomos convocados por Feola, para a copa de 1966, na Inglaterra, mas pedi dispensa – precisava fazer uma operação na clavícula. Mais tarde, Amarildo também foi dispensado.

O senhor se contundiu?

Sofrera uma queda, não podia sequer me movimentar à vontade, dentro de campo. A Inter enviouao Rio um observador médico, mas a cirurgia ficou a cargo do renomado ortopedista João De Vincenzo. Em um mês, eu já voltara aos gramados. [risos]

Aque se deveu essa temporada, no Roma, bem no meio da sua carreira, na Inter?

Eu quis assim. Pensei em dar um giro, conhecer a capital do país, e aproveitei que Herrera tornara-se técnico do time. O presidente Francesco Ranucci comprou o meu passe.

O Roma possuía um time médio, quer dizer, não disputava campeonatos, situando-se da metade para baixo da tabela. Mesmo assim, não tenho queixas da minha passagem pelo cklube. E logo no ano seguinte, o novo presidente da Inter, Ivanoe Fraizzoli, me chamou de volta. Retornei a Milão e, em 1970, fui campeão, mais uma vez. (risos)

Ganhar a copa dos campeões dava mais cancha do que ganhar o campeonato italiano?

Cada certame têm a sua importância. Quem ganha um, quer ganhar o outro. 

Que repercussão teve a copa de 1966, na Itália?            

A Inter era, praticamente, a seleção Italiana. [risos] Eu ri muito do Facchetti, devido à derrota frente à Coréia, brincando que eles nunca mais ganhariam de ninguém.

Mas o Brasil não passara da primeira fase. [risos]

Verdade, mas já fora campeão, anteriormente, e havia sido derrotado pela Hungria e por Portugal. Não pela… Coreia! O prestígio do nosso futebol jamais será abalado. Não tem jeito… Em 2014, vamos ser campeões de novo. [risos]. Tranquilo.

Então, em 1970, o senhor consolidara o seu nome, no futebol da Itália?

E plenamente adaptado à vida italiana. Minha esposa é brasileira; casamos, em 1967, e tivemos um filho italiano. Mas nunca cogitei de ficar por lá. [risos]

Zagallo não o convocou para a copa do Chile?

Pra que?… Jairzinho fazia chover! O último título que conquistei foi em 1973: vice-campeão europeu. Passáramos praticamente uma década vencendo de todo mundo, e a decadência teve início. Disputamos a final da Copa Europeia contra o Ajax, base da famosa “Laranja Mecânica”. Perdemos de 2 x 0, e tivemos que nos contentar com o vice-campeonato.Meu problema no joelho se agravara, e eu pensei em encerrar a carreira. Surgiu a possibilidade, e aceitei jogar pela equipe do Santos Futebol Clube. No gol, Silas, mais Eusébio, Carlos Alberto, de central, e Pelé. Um bom time. Naquele mesmo ano, a Portuguesa dividiu conosco o campeonato paulista.

Um título rachado.

Esqueceu a minha primeira camisa?…Ganhei o título inteiro. E parei. Aos 34 anos, não possuía mais a necessária condição física. Joguei ainda algum tempo no Windsor Star, um time de italianos radicados no Canadá, que disputava jogos da segunda divisão. Fui só para lhes dar uma satisfação e, em 1975, fui campeão. (risos)

O senhor tentou ser treinador?      

Tentei, sim, no Noroeste de Bauru e no Grêmio Catanduvense. Não aguentei. Descobri que todos os jogadores têm cabeça dura, e uma diferente da outra. (risos). Para não me desligar inteiramente do esporte, montei uma quadra de futebol society, em Osasco.

O senhor voltou a morar em Osasco?

Minha mãe mora em uma casa, no centro da cidade, que eu adquiri quando assinei o contato com a Portuguesa. Adquiri, também, o terreno defronte, e construí a minha própria residência, sempre cheia de amigos, bebedores de cerveja. (risos)

É verdade que o senhor jogou showball nos anos 1980?

Joguei, sim. Fiz uma excursão à Europa, inclusive. Quem trouxe esta modalidade para o Brasil foi Francisco Monteiro, o Todé. Nós nos conhecemos naquela colônia italiana, no Canadá. Quando eu cansei, ele deu prosseguimento, junto com Djalminha, Ricardo Rocha e outros. As partidas são transmitidas pela ESPN. É uma graminha a mais, boa para quem já se aposentou… [risos].

O senhor recorda algum momento extraordináriovivido no futebol?      

Do um ponto de vista da minha vida privada, foi quando entreguei as chaves da casa onde mora minha mãe. Na época, ela acolheu meus irmãos. A emoção que eu senti, naquele momento, ficou gravada na minha memória.

E qual foi o jogo inesquecível?

Dois. A minha primeira partida, na Itália, contra o Genoa. Fiz 1 x 0 aos dois minutos.  Ganhamos de 3 x 1. E,mais tarde,um jogo contra o Benfica, em que também marquei o gol da vitória. Foi maravilhoso!

Fazer o gol é bom.

É muito legal, mesmo. [risos]

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Bernardo Borges Buarque de Hollanda

Professor-pesquisador da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC-FGV).

Daniela Alfonsi

Antropóloga, Diretora Técnica do Museu do Futebol e doutoranda pela USP. Trabalha com e pesquisa sobre os museus esportivos.
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