Brasil é tetracampeão da Copa das Confederações

Portal da Copa 28 de June de 2013

Poucos brasileiros poderiam imaginar tamanha alegria na final da Copa das Confederações da FIFA 2013. Do outro lado estava a Espanha, campeã do mundo, considerada a melhor seleção do planeta e há 26 jogos invicta em jogos oficiais. Mas os 73.531 torcedores que foram ao maior templo do futebol mundial – o Maracanã – viram a Seleção Brasileira mostrar talento e determinação para alcançar um sonoro 3 x 0, com ótimas atuações de Fred, Neymar e de toda a defesa. Com o resultado, o Brasil chega ao quarto título do torneio, o terceiro de forma consecutiva (2009, 2005 e 1997).

Muito satisfeito com o primeiro título desde sua volta à Seleção Brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari admitiu que o placar elástico surpreendeu. “Não estava previsto. Mas é um caminho que nós percorremos. Mas agora a gente pode trilhar o caminho com mais confiança, que é o que a gente quer”, afirmou. O treinador espanhol, Vicente Del Bosque, reconheceu a superioridade brasileira no jogo. “A equipe brasileira foi melhor. Temos de dar os parabéns. Não há nenhuma mancha a colocar”, disse.

O título brasileiro foi conquistado de forma incontestável, com cinco vitórias em cinco jogos. Na primeira partida, na abertura do torneio, 3 x 0 sobre o Japão, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Em seguida, o Brasil foi a Fortaleza e derrotou o México por 2 x 0. Na partida que decidiu o primeiro lugar do grupo, 4 x 2 em cima da Itália, em Salvador. Na semifinal, vitória dura no clássico sul-americano contra o Uruguai: 2 x 1 no Mineirão, em Belo Horizonte.

Esta foi a quarta conquista da Copa das Confederações pela Seleção Brasileira. Na final da edição de 1997, o Brasil goleou a Austrália por 6 x 0, na Arábia Saudita. Em 2005, na Alemanha, mais uma goleada: 4 x 1 sobre a Argentina. A conquista de 2009, na África do Sul, foi com uma virada emocionante sobre os Estados Unidos: 3 x 2.

 

Primeiro tempo

O técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari mandou a campo a seguinte formação: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Pelo lado espanhol, o treinador Vicente del Bosque escalou Iker Casillas; Alvaro Arbeloa, Gerard Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Sergio Busquets, Xavi, Andres Iniesta, Pedro e Juan Mata; Fernando Torres.

O Brasil jogou com camisas amarelas e calções e meias brancas. A Espanha vestiu seu tradicional uniforme: camisas e meias vermelhas e calções azuis escuros. O árbitro escalado pela FIFA foi o holandês Bjorn Kuipers.

O jogo começou com o máximo de emoção: gol brasileiro logo antes do segundo minuto de jogo. Após tabela com Oscar, Hulk cruzou para a segunda trave. Neymar e Fred disputaram no ar com Piqué e Arbeloa. A bola sobrou para Fred que, deitado, conseguiu desviar de Casillas e estufar as redes.

Aos 6 minutos, a primeira chegada com mais perigo na área brasileira. Juan Mata cruzou pela esquerda e a bola chegou a tocar na mão de Marcelo, mas o braço do defensor brasileiro estava grudado ao corpo. No minuto seguinte, mais um grande lance do ataque brasileiro. Neymar tentou fazer a bola chegar a Marcelo pelo lado esquerdo da área. Arbeloa cortou, mas chegou a Fred, que ajeitou de calcanhar para Oscar. O meia brasileiro chutou forte, mas não acertou o gol de Casillas.

Paulinho quase fez um golaço aos 12 minutos. O volante brasileiro interceptou a saída de bola da defesa espanhola e arriscou um toque sutil, tentando encobrir Casillas. O goleiro espanhol conseguiu dar alguns passos para trás e evitou o segundo gol.

O primeiro cartão amarelo saiu aos 14 minutos. A defesa brasileira lançou Neymar, que receberia sozinho, no meio de campo. O lateral Alvaro Arbeloa puxou o atacante brasileiro e impediu o contra-ataque. Após o lance, vários jogadores se desentenderam e o clima esquentou.

Iniesta arriscou de longe, aos 14 minutos, e Júlio César fez sua primeira intervenção e concedeu escanteio. Após a cobrança de escanteio, Fernando Torres cabeceou com muito perigo e a bola acertou o poste que sustenta a rede atrás do gol. Aos 22, o zagueiro espanhol Sergio Ramos cobrou falta da intermediária. O chute saiu muito forte, mas sem direção.

O Brasil só voltou ao ataque dois minutos depois. Daniel Alves encontrou Fred entrando pelo lado direito da área espanhola. O autor do gol brasileiro finalizou sem muito perigo.

Aos 28, Sergio Ramos derrubou Oscar na entrada da área, após ótima jogada de Hulk. O árbitro holandês Bjorn Kuipers deu cartão amarelo para o espanhol. Na cobrança, Neymar rolou para o lado e Hulk soltou a bomba, por cima do gol de Casillas.

Casillas evitou mais um gol brasileiro aos 31 minutos. Pedro tocou errado no ataque e o Brasil partiu com muita velocidade. Neymar avançou com a bola e rolou para Fred, que entrou livre pelo meio da área. O atacante do Fluminense desperdiçou grande chance, chutando em cima do goleiro espanhol.

O melhor lance de ataque espanhol aconteceu aos 40 minutos. Juan Mata e Pedro saíram em velocidade e pegaram a defesa brasileira desarmada. Pedro ficou cara a cara com Júlio César e chutou cruzado no canto. David Luiz deu um carrinho e conseguiu evitar o gol, em um lance de muita garra que foi comemorado como um um gol pelos torcedores presentes ao Maracanã.

Aos 44 minutos, o atacante Neymar mostrou novamente seu talento na Copa das Confederações. O brasileiro, que deixou o Santos recentemente para seguir para o Barcelona, fez ótima jogada pela esquerda. Tocou para Oscar, evitou ficar impedido e recebu a bola pela esquerda da área. De perna esquerda, Neymar chutou sem chances para Casillas.

Ao final do primeiro tempo, a Espanha manteve a sua principal característica: ficou com 59% da posse de bola, contra 41% do Brasil. No entanto, o placar pendeu para o lado brasileiro.


Segundo tempo

A segunda etapa começou exatamente como a primeira: com gol do atacante brasileiro Fred. Marcelo conseguiu roubar a bola no meio e tocou para Oscar. Fred correu pela esquerda e foi lançado. Chutou com precisão, no canto esquerdo de Casillas. Este foi o quinto gol de Fred na competição – sem enfrentar o Taiti. Imediatamente, a torcida começou a cantar “o campeão voltou”.

A Espanha perdeu ótima oportunidade de diminuir. Jesús Navas foi derrubado por Marcelo dentro da área, aos 8 minutos. Sergio Ramos se preparou para bater e foi vaiado pela imensa maioria dos presentes ao Maracanã. A vaia deu certo: o zagueiro espanhol cobrou a penalidade para fora.

A última derrota da Espanha havia sido no primeiro jogo da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, quando foram batidos pela Suíça por 1 x 0.

Vicente del Bosque fez suas três substituições antes dos 13 minutos. Arbeloa deu lugar a Azpilicueta, Mata saiu para a entrada de Jesús Navas e Fernando Torres foi substituído por David Villa.

Enquanto a torcida gritava olé, aos 18, Marcelo e Neymar tabelaram pelo lado esquerdo do ataque. O lateral brasileiro tinha a oportunidade de cruzar para o centro da área, onde Fred estava livre, mas optou por chutar direto. A bola atingiu o lado de fora das redes de Casillas.

Piqué levou cartão vermelho por uma falta violenta em Neymar, aos 23 minutos. O brasileiro partiu com a bola dominada desde o campo de defesa. O zagueiro espanhol só conseguiu pará-lo com o ato violento. Na cobrança, Neymar acertou a rede, mas por cima do gol de Casillas.

Aos 26, a Espanha conseguiu mais uma boa oportunidade, mas Sergio Ramos finalizou para fora, após confusão dentro da área brasileira.

A primeira substituição brasileira aconteceu pouco depois. Hulk, que jogou bem e impediu que Jordi Alba chegasse ao ataque com perigo, deixou o campo para a entrada de Jadson.

Aos 32, Neymar quase marcou seu segundo gol. Ele partiu em velocidade e chegou até a área da Espanha. Na hora da finalização, a zaga espanhola dividiu e Casillas ficou com a bola

Fred, um dos melhores em campo, foi ovacionado ao deixar o gramado para a entrada de Jô, aos 34 minutos.

Júlio César fez duas grandes defesas, aos 35 e 40 minutos. Na primeira, Pedro chutou rasteiro de dentro da área e o goleiro desviou para escanteio. Na segunda, evitou que o chute de David Villa entrasse pelo alto. A terceira substituição brasileira ocorreu aos 42 minutos: Paulinho saiu para a entrada de Hernanes. Após o apito final do árbitro holandês, a torcida comemorou mais ainda.

Com um segundo tempo ainda melhor que o primeiro, o Brasil quase conseguiu igualar a quantidade de posse de bola: foram 52% para a Espanha e 48% para o Brasil.

Brasil 3 X 0 Espanha

Data: Domingo, 30 de junho de 2013
Local: Maracanã, no Rio
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL)
Público: 73.531
Cartões Amarelos: (BRA); Arbeloa, Sérgio Ramos (ESP)
Cartão vermelho:
Piqué (ESP)
Gols: Fred, aos 2min, Neymar aos 44min do 1º tempo; Fred, aos 2min do 2º tempo.

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago SIlva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes) e Oscar; Neymar, Fred (Jô) e Hulk (Jadson)
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Espanha: Casillas; Arbeloa (Azpilicueta), Sérgio Ramos, Pique e Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro, Mata (Navas) e Fernando Torres (David Villa)
Técnico: Vicente del Bosque

 

 

 

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