Com base na revisão de literatura e pesquisa de arquivo, este artigo analisa o contributo do desporto na implementação do projeto de formação duma sociedade nova no Moçambique pós-colonial. O artigo argumenta que, à semelhança do período colonial, após a independência de Moçambique em 1975, o desporto foi mobilizado para uma agenda política. Assim, modalidades como a natação, o xadrez, a vela, o hóquei em patins e o automobilismo foram consideradas desporto das elites da burguesia colonial, ao passo que o pugilismo foi considerado uma demostração e afirmação do primitivismo. Estas ações enquadravam-se no plano de substituição do “desporto capitalista” por um desporto para as “massas populares”. Para o então partido-estado, o desporto deveria ajudar na construção de um país moderno e homogéneo, onde todas as formas de divisionismo, racismo, tribalismo e regionalismo fossem repudiadas.
Palavras-chave: Moçambique, desporto, socialismo africano.