O presente artigo visa analisar as contradições sociais presentes na prática inicial do futebol na cidade do Rio Grande/RS, predominantemente elitista e aristocrática, e entender as potencialidades e limites da apropriação desta prática por parte da classe trabalhadora. Para tal, aborda-se a relevância dos clubes da cidade na difusão do futebol no Rio Grande do Sul e a forma como ele tornou-se rapidamente um “esporte proletário de massas”. Além disso, elenca-se a fundação e as diretrizes das ligas de futebol em Rio Grande, que se tornam o epicentro das tensões entres clubes de diferentes origens sociais, pois reforçavam mecanismos de dominação e exclusão no seu interior. A partir de uma pesquisa histórica documental, concluiu-se que tais interdições não foram capazes de afastar do futebol os trabalhadores, que encontraram formas de driblar esses marcadores de desigualdades e ressignificar sua prática, sendo parte importante das intensas disputas em torno das identidades de classe no Brasil.
Palavras-chave: Futebol; Classe trabalhadora; Dominação