Pelé é uma das personalidades brasileiras de quem mais se falou, escreveu e filmou ao longo dos anos, não é a atoa que se destaca como brasileiro mais biografado de todos os tempos. Desde o final da década de 1950 até as primeiras décadas do século XXI, a sociedade não parou de produzir e consumir biografias, cinebiografias, material jornalístico e publicitário a seu respeito. Muitas dessas narrativas a seu respeito, carregaram projetos de identidade nacional em seu cerne, tendo em Pelé um símbolo de Brasil miscigenado e vitorioso política e culturalmente. Por outro lado, diversas outras narrativas contestam esse status e passam a questionar seu lugar de glória ao trazer à tona temas como “Ditadura” e “Racismo”, pautas em que Pelé foi historicamente associado de maneira negativa. Assim, houve, de fato, um permanente debate político de sua memória que, a depender do contexto histórico, acabou tomando caminhos diversificados, ora celebrado como “Rei”, hora demonizado como “Réu”. Portanto, este trabalho realiza um denso levantamento histórico de fontes como biografias, cinebiografias, material jornalístico e publicitário com a finalidade de perceber esses conflitos e disputas de narrativa que, em um plano mais amplo, acabou se tornando um debate de Projetos de Nação e Identidade Nacional, que tiveram, no fenômeno futebolístico como um todo e na figura do próprio jogador, as principais forças simbólicas de representação e discussão da sociedade brasileira.
Palavras-chave: Biografia. Memória. Narrativa. Futebol. Pelé. Identidade Nacional