O processo singular através do qual os esportes e, em particular, o futebol, difundiram-se pelo mundo, constituindo-se em uma espécie de idioma universal moderno, e, simultaneamente, transformando-se em repositórios da construção das especificidades (continentais, nacionais, regionais, locais), tem sido, nas duas últimas décadas, objeto da reflexão de muitos antropólogos, sociólogos e historiadores. No Brasil e na Argentina, alguns autores têm se debruçado sobre a forma pela qual, através do futebol, a nação tem sido representada em sua especificidade, gerando uma produção que já permite a comparação de certos resultados. O propósito desta comunicação é realizar aproximações comparativas preliminares acerca da construção da identidade nacional através do futebol, no Brasil e na Argentina, a partir do trabalho de alguns cientistas sociais, explorando certas interfaces, como, por exemplo, o valor atribuído aos indivíduos considerados como excepcionalmente habilidosos, e certas peculiaridades, como as diferentes tradições invocadas em sua construção.