Os movimentos em torno da presença das mulheres nos diferentes espaços da sociedade, inclusive no futebol, têm gerado uma série de reflexões relacionadas aos espaços de lutas por reconhecimento e igualdade nos esportes. Desta forma, o presente artigo objetiva abordar aspectos que revelam e destacam a força da metodologia da história oral em estudos anteriores realizados pelas autoras e pelo autor. Estes estudos evidenciaram memórias de mulheres que contestaram uma lógica social preestabelecida dos lugares que elas devem ocupar na sociedade. Assim, revisitou-se aspectos presentes nos relatos de Maria Neide e Risalva, duas praticantes de futebol atuantes na década de 1980 no interior baiano, que assim como muitas mulheres carregam uma trajetória de vida permeada por lutas em busca de reconhecimento e visibilidade social. O uso da história oral possibilita um contato diferenciado com a história, já que utiliza da memória enquanto meio para se chegar aos resultados. Desta forma, conclui-se que os relatos orais, as narrativas e as histórias sobre o passado ajudam a compreender os processos que permeiam a vida das pessoas, das comunidades, das coletividades, permitindo desvelar a complexidade que marca a vida cotidiana e as contradições inerentes às relações de poder incorporadas aos processos sociais vigentes.
Palavras-chave: Mulheres, História oral, Futebol de mulheres, Memória, Sociedade