O presente estudo tem como objetivo compreender as concepções de Políticas Públicas de Esporte e Lazer e de Participação Popular presentes em três projetos do Planejamento Estratégico Integrado da Copa do Mundo de 2014 do Estado de Minas Gerais e da Prefeitura de Belo Horizonte e nos discursos de seus formuladores, bem como analisar as ações inscritas nestes projetos que incidirão nas vivências de esporte e lazer dos belo-horizontinos. A pesquisa foi organizada em quatro etapas: uma exposição teórica dos conceitos e impactos relacionados a megaeventos e algumas aproximações com lazer, uma exposição teórica dos conceitos de participação popular e políticas públicas, enfatizando aquelas de esporte e lazer, uma análise dos projetos escolhidos para investigação (Modernização do Mineirão, Estádios Alternativos, Mobilidade Urbana) e do Planejamento Estratégico Integrado e, por último, uma análise das entrevistas que foram realizadas com seis gestores relacionados à formulação e/ou implementação dos projetos. Para a realização da investigação foram criadas quatro categorias de análise: Ações inscritas nos projetos que podem influenciar nas vivências de esporte e lazer dos Belo-horizontinos, Concepções de políticas públicas de esporte e lazer, Concepções de participação popular e Impactos e legados. Para cumprir os objetivos instituídos nessa investigação adotou-se a pesquisa documental e de campo, de caráter qualitativo. A análise dos documentos foi feita à luz da análise de conteúdo. Quanto à pesquisa de campo, foi utilizada como instrumento a entrevista semi-estruturada, buscando-se dar maior liberdade ao entrevistado para explorar e argumentar sobre aspectos relevantes sobre seu pensamento. Nas considerações finais foram realizadas inferências relacionando-se os conceitos teóricos discutidos nos dois primeiros capítulos com as análises realizadas a partir do planejamento estratégico e dos projetos escolhidos para análise, bem como dos relatos realizados pelos gestores entrevistados. Dessa forma, verificou-se que a maior parte das intervenções propostas pelos gestores e projetos que influenciarão nas vivências de esporte e lazer dos belo-horizontinos foram propostas a partir de uma lógica mercadológica. Constatou-se que alguns gestores possuem concepções tangenciais e superficiais acerca de políticas públicas de esporte e lazer, não sendo possível compreender objetivamente a importância e a relação destas para com a organização da Copa do Mundo de 2014, e muito superficiais e amplas no que diz respeito à participação popular, não deixando claro também, se esta ocorreu efetivamente no processo de organização do megaevento. No que se refere aos impactos e legados, grande parte dos gestores concebem a realização da Copa do Mundo na capital Mineira como uma oportunidade comercial, bem como, uma oportunidade de antecipação decisões e recursos governamentais, de aumento do fluxo de turistas, e da promoção da imagem da cidade.