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ISSN 1678-4944

A integridade olímpica: disputas sobre virilidade, elegibilidade esportiva e proteção social na Rio 2016

Periódico / Revista

Mana

Número

n. 3

Ano

2023

Volume

v. 29

Páginas

p. e2023035

Arquivos

Resumo

Seguindo uma cena do atletismo nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, iremos esmiuçar relações institucionais, científicas e morais que permeiam a regulação esportiva da elegibilidade feminina no alto rendimento, observando com atenção as imbricações multissituadas da categoria integridade. Nesse contexto analisado, o corpo sexuado aparece como lugar privilegiado de inscrição social, especialmente o corpo feminino que apresenta alguma variação de intersexualidade. Acompanharemos parte dessa experiência esportiva, que envolveu a vitória da sul-africana Caster Semenya nos 800 metros feminino, para refletir sobre um modo particular e efetivo de gestão dos corpos e das populações na vida contemporânea. Utilizando cada vez mais recursos técnicos e saberes hormonais, sem abandonar memórias e estratégias de um passado colonial, as entidades esportivas atuais legitimam ou debilitam atletas para proteger a categoria feminina. Com isso, tecem os próprios limites que esses corpos – sexuados e atléticos – conseguem pertencer ao movimento olímpico, materializar virilidade e visibilizar masculinidade feminina.

Palavras-chave: Integridade; Intersexualidade; Regulação esportiva; Virilidade; Masculinidade feminina

Resumo (outro idioma)

Siguiendo una escena del atletismo en los Juegos Olímpicos de 2016, en Río de Janeiro, escudriñaremos relaciones institucionales, científicas y morales que permean la regulación deportiva de la elegibilidad femenina en alto rendimiento, acompañando las imbricaciones multisituadas de la categoría integridad. En este contexto analizado, el cuerpo sexuado aparece como un lugar privilegiado de inscripción social, especialmente el cuerpo femenino que presenta alguna variante de intersexualidad. Seguiremos parte de esta experiencia deportiva, que supuso la victoria de la sudafricana Caster Semenya en los 800 metros femeninos, con el objetivo de comprender un modo particular y eficaz de gestión de los cuerpos y las poblaciones en la vida contemporánea. Utilizando cada vez más recursos técnicos y conocimientos hormonales, sin abandonar memorias y estrategias de un pasado colonial, las entidades deportivas legitiman o debilitan a las atletas para proteger la categoría femenina. Con ello, trazan los propios limites que estos cuerpos – sexuados y atléticos – logran para pertenecer al movimiento olímpico, materializar virilidad y visibilizar la masculinidad femenina.

Palabras clave: Integridad; Intersexualidad; Regulación deportiva; Virilidad; Masculinidad femenina

Abstract

Taking as our point of analysis the Olympic Games in Rio de Janeiro in 2016, we will scrutinize the institutional, scientific and moral relations that permeated the regulation of female eligibility in elite sports, looking closely at integrity as a multi-situated, imbricated category. In the context under analysis, the sexed body appears as a privileged place of social inscription, with the female body that presents some variation of intersexuality being seen as especially problematic. We follow part of the Olympic sporting experience involving the victory of Caster Semenya (South Africa) in the women’s 800 meter race. We seek to reflect upon a particular and effective mode of management of bodies and populations in contemporary life. With the increasing use of technical resources and hormonal knowledge — and without abandoning the memories and strategies of a colonial past — sport entities legitimate or exclude athletes participation in the name of protecting women’s sports. Ultimately, they weave the limits that these sexed and athletic bodies must stay within in order to belong to the Olympic movement, materializing virility and making female masculinity visible.

Keywords: Integrity; Intersexuality; Sports regulation; Virility; Female masculinity

Referência

PIRES, Barbara Gomes. A integridade olímpica: disputas sobre virilidade, elegibilidade esportiva e proteção social na Rio 2016. Mana. Rio de Janeiro, v. 29, n. 3, p. e2023035, 2023.
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