O objeto deste estudo é o torcedor de futebol tatuado com o tema imagético que representa o time ou a torcida. Um processo que traz consigo mediações de negação do sujeito, constituindo-o como objeto, onde a criatura domina o criador, em que o indivíduo investe a constituição da sua identidade no time e no grupo de torcedores. Portanto, questionamos: como a pertença grupal marca o corpo dos torcedores de futebol? Desta forma, nosso objetivo é compreender como o corpo se constitui em objeto de realização da pertença grupal dos torcedores no âmbito futebolístico, identificando quais são os processos socioculturais envolvidos e ampliando, a partir de uma análise crítica, as possibilidades educacionais formais e informais, sobretudo emancipatórias, contidas no objeto dessa pesquisa. Apreendemos dois conjuntos de determinações atuando de forma simultânea e entrelaçada nesta realização do torcedor. Um com elementos tradicionais e culturais, alcançando a dimensão emocional mais profunda do torcedor, e outra com elementos da modernidade, apreendidos na ruptura da unidade homem-corpo e na preponderância do objeto sobre o sujeito. Ademais, compreendemos que este fenômeno estudado é multifacetado, envolvendo questões políticas e econômicas, sociais e históricas, culturais e educacionais, em que a modernidade apresenta o conjunto de determinações mais determinantes.
Palavras-chave: Futebol; Tatuagem; Identidade; Pertença grupal; Fetiche.