A primeira preparadora física do futebol brasileiro

No ano de 1975, na cidade do Rio Grande/RS, quando ainda vigorava o Decreto-Lei n. 3.199 de 1941, que proibia, entre outras práticas, o futebol feminino, a professora de Educação Física Cleusa Maia provoca uma ruptura nos padrões futebolísticos ao se tornar preparadora física de um clube profissional de futebol masculino. O estudo, que teve como procedimento operacional a história oral temática, utilizou-se dos relatos orais da própria profissional, do dirigente responsável por sua contratação e de um dos atletas da época, além das matérias publicadas em jornais e revistas. O artigo discorre sobre o seu pioneirismo e problematiza as críticas de gestores do futebol e da crônica esportiva, bem como a sua mudança de discurso ao longo da competição, além da percepção dos colaboradores sobre a presença feminina no futebol dos anos 1970, revelando, assim, muito sobre o seu tempo.

In 1975, in the city of Rio Grande, in the state of Rio Grande do Sul, when the Decree-Law n. 3,199 of 1941, which prohibited, among other practices, women’s football was in effect, Physical Education teacher Cleusa Maia resists football paradigms by becoming a physical trainer for a professional men’s football club. The study, whose operational procedure was thematic oral history, used the oral reports of the professional herself, the manager responsible for hiring her and one of the athletes at the time, in addition to articles published in newspapers and magazines. The article discusses her pioneering spirit and discusses the criticisms of football managers and the sports chronicle, as well as the change of discourse throughout the competition, in addition to the perception of collaborators about the female presence in football in the 1970s, thus revealing much about the period.