Este artigo trata de uma experiência pedagógica em Educação Física, associada ao estágio supervisionado de formação universitária. Nessa experiência, realizada em uma escola pública da área urbana de Florianópolis, desenvolvemos, por meio do futebol, a sensibilização dos alunos e das alunas para as relações de violência que permeavam suas práticas. Descrevemos e analisamos as escolhas didáticas, os acordos e regras adotados, os avanços e fragilidades da experiência. Os resultados suscitam dúvidas quanto à formação de professores ao apontar para a falta de legitimidade da disciplina no espaço pedagógico e questionar os impasses de uma pedagogia que se pretenda crítica: vetores que não se restringem ao âmbito do racional e que impulsionam a prática, a necessidade (e dificuldade) de se ultrapassar o saber-fazer e tomar o corpo em sua multiplicidade como objeto.