Esse relato embasa-se em experiências de campo, que compõe minha dissertação em andamento no PPGAS/UFRGS. Nela abordo as rotinas laborais de árbitros de futebol em torneios amadores. Para tal, participo enquanto mesário da liga municipal de futebol, realizada pela prefeitura de Porto Alegre-RS. Pretendo ao acompanhar a atividade de árbitros traçar um panorama do que até aqui tenho denominado como “se virar” na arbitragem. Valho-me desta expressão pois as pessoas que se engajam neste serviço não o exercem como única atividade remunerada em suas rotinas. Assim, o objetivo deste texto é explorar ensaisticamente de que forma elementos auferidos em campo podem contribuir para a elaboração deste panorama, no qual o trânsito de pessoas e os locais de trabalho são bem variados. Para isso me embaso nos estudos sociais da economia para abordar a noção de mercados. Infiro que a associação entre árbitros, ligas de arbitragem e ligas de futebol são as entidades com capacidades agenciativas dentro deste panorama e que relatos do cotidiano laboral se dão a partir das diferentes formas de mensuração engendradas por elas.
Palavras-chave: Trabalho, Arbitragem de Futebol, Mercado.