Campinas era um povoado antes de Goiânia, escolhido para suportar a construção da nova cidade. A incorporação a capital tornando-o bairro, trouxe modificações diversas na paisagem urbana campineira e no âmbito cultural, com a perda de algumas tradições, alguns modos de vida que foram cedendo espaço para o novo. Nesse campo de perdas, algumas territorialidades se destacam, sendo fundamentais como suporte de memória do bairro e aparato da identidade campineira. Uma delas é o time de futebol Atlético Clube Goianiense, um clube que surgiu nos meandros de Campinas em 1937, mas que, ao mesmo tempo, não faz parte dos limites administrativos do bairro. Foi um elemento fundamental como modo de manifestação da rivalidade entre Goiânia e Campinas no período de desenvolvimento da capital, contribuindo para a manutenção das tradições e dos elementos simbólicos da sociedade campineira. Viveu momentos de glória e de decadência, obtendo o apoio incondicional de sua torcida, principalmente quando se viram na eminência de perder o seu maior patrimônio, o Estádio Antônio Accioly. Este trabalho tem como objetivo então, entender quem é o torcedor atleticano e como sua territorialidade desempenha a função de transmissora de memórias e parte da construção identitária do bairro. Para isso, buscou-se autores que trabalharam questões do território, das territorialidades e da reterritorialização, também aspectos sobre memória e identidade, sobre ritos e símbolos, entre outros assuntos pertinentes. O exercício etnográfico, a classificação pela taxonomia e essencialmente, as fontes orais foram escolhidos como instrumentos para essa discussão.
Palavras-chave: Bairro de Campinas, Atlético Clube Goianiense, territorialidade, identidade campineira