Barulho na África do Sul

A ficção de futebol é um exercício difícil, especialmente porque a realidade do esporte parece mais interessante do que qualquer história inventada. Um baú gigantesco de histórias fantásticas de futebol pode ser encontrado nas Copas do Mundo, competição máxima do esporte. O surgimento do mito Iniesta. As tentativas de gol por Messi. O futebol irritadiço do Brasil. A imprevisível bola Jabulani. O som das vuvuzelas. O sonho do Paraguai. A garra do Uruguai. A terceira tentativa alemã de título. Essas histórias se transformam em estórias narradas, utilizando a forma literária do conto maravilhoso bem conhecida pela fómula do “Era uma vez” com a presença de uma “moral da história” no fim do texto, em 64 microcontos em Barulho na África do Sul. Esses microcontos são um misto de conto e crônica Assim, as fronteiras entre fato e ficção não são postos por uma condição de Realismo Fantástico, mas sim por uma escolha de que “quem conta um conto, aumenta um ponto”. As histórias aqui, então, são também estórias sobre a Copa do Mundo de Futebol de 2010, realizada entre 11 de junho e 11 de julho daquele ano em nove cidades sul-africanas. São elas: Johannesburgo, Cidade do Cabo, Durban, Pretória, Port Elizabeth, Polokwane, Nelspruit, Bloemfontein e Rustenburg.Para fins formais, os microcontos possuem exatas 100 palavras. Esse gênero textual, em língua inglesa, é conhecido como drabble. Isso reforça o exercício criativo posto para (re)contar os 64 jogos que formaram a competição que fez, como campeã mundial pela primeira vez, a Espanha. Este é o décimo-nono livro de vinte planejados, todos seguindo o mesmo preceito. Seja dentro deste volume, seja no contexto completo das obras, há de se ter um caleidoscópio daquilo que o futebol tem de melhor: suas pequenas histórias.