Este artigo propõe-se refletir sobre a relação entre o processo de ‘desportivização’ do automobilismo e as motivações que a elite local projetava sobre a modalidade, averiguando de que forma se coadunavam com a ideia da unidade do império. Procura-se explicar como os critérios sociais de entrada neste desporto foram evoluindo e como isso era revelador de rivalidades e dinâmicas económicas mais amplas que moviam os investidores a apostarem na modalidade para promover as suas marcas. A construção do Autódromo de Luanda e a internacionalização das ‘6 horas de Nova Lisboa’ ajudaram a popularizar a modalidade incentivando vínculos identitários locais que ora se articularam com os interesses do governo ora com interesses autonomistas de uma elite local.