O objetivo desta pesquisa foi analisar o planejamento e a gestão de risco da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, com ênfase no estado de São Paulo. Foi utilizado o método descritivo-interpretativo e os procedimentos metodológicos foram desenvolvidos em três etapas: na primeira, ocorreu uma análise documental de relatórios, orçamentos/financiamentos, leis e outras fontes primárias da gestão; na segunda, ocorreu uma análise de jornais que realizaram a cobertura sobre a temática no estado de São Paulo; e, na terceira, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os gestores que atuaram diretamente no planejamento e na gestão de risco dos megaeventos esportivos no estado de São Paulo. Para a interpretação dos dados, a técnica utilizada foi a análise de conteúdo, que permitiu o agrupamento, a categorização e a inferição dos dados. Os resultados foram apresentados a partir da análise dos riscos econômicos, políticos e governamentais, infraestrutura, riscos ambientais e de saúde, segurança e proteção. Os riscos econômicos tanto em âmbito nacional quanto no estado de São Paulo não foram frequentes. A Copa do Mundo teve impacto positivo na economia e no PIB, no entanto, foi reportada inflação de custos em todas as ações políticas. Os riscos políticos e governamentais analisados indicaram frequente violação de direitos e remoção forçada de famílias das suas casas devido às construções e reformas da infraestrutura para o torneio. A Copa do Mundo da FIFA no Brasil configurou-se como a edição do torneio analisada com o maior número de protestos, especialmente no estado de São Paulo. As convicções de corrupção foram incidentes em âmbito nacional e, no estado de São Paulo, existe um inquérito de irregularidade nos contratos entre a construtora Odebrecht e o Sport Club Corinthians Paulista. Os riscos ambientais não tiveram destaque nos projetos da Copa e as mortes de operários no Brasil foram o risco de saúde mais incidente entre todas as edições do torneio desde 1994, com destaque para a Arena Corinthians com três mortes. Por fim, não foi reportado nenhum incidente grave de segurança tanto em âmbito nacional quanto no estado de São Paulo.