Há muitas produções atuais no campo das ciências sociais tratando do mercado de jogadores de futebol. Quase todas afirmam que este mercado se intensificou nas duas últimas décadas do século XX, sob a influência da globalização. Persiste, no entanto, muitas lacunas em relação aos antecedentes e às razões intrínsecas a estas transformações. A presente investigação toma como objeto os desdobramentos econômicos, políticos, sociais e culturais que impulsionaram a reconfiguração do futebol de espetáculo e deram origem a um circuito no qual se pratica o comércio de jogadores. Um dos principais objetivos é mostrar que a intensa circulação de jogadores observada no presente foi precedida pela circulação de times, as chamadas “excursões”. No caso brasileiro, ressalta-se que tal mercado não se restringiu a times vinculados a clubes de grande porte, nem às fronteiras nacionais.