No universo futebolístico a trajetória de um jogador até chegar a profissionalização envolve diversos requisitos que nem sempre são nítidos. Dentre eles estão algumas características corporais que ora podem impulsionar um jogador, ora podem ser motivo de recusa. Frente a esse cenário, o objetivo deste artigo é investigar, através das circulações entre espaços de formação de jogadores de futebol, como os componentes corporais estatura/altura e extensão palmar, a partir de seus valores simbólicos, relacionam-se com as constituições nas formações de jogador de futebol. Para isso realizamos um estudo etnográfico em que seguimos a trajetória de um aspirante à goleiro e os diferentes momento em que esses componentes corporais foram acionados pelos responsáveis de manter ou não ele nos clubes. Concluímos que algumas concepções dos universos futebolísticos versam mais sobre produções de significado a partir de contextos que em culturas hegemônicas, como no caso investigado, em que a estatura e a dimensão da mão necessitavam ser compreendidas simbolicamente associadas aos espaços sociais constituídos.
Palabras clave: Futebol, Profissionalização, Etnografia