Dos espetáculos de massa às torcidas organizadas

Em “Dos espetáculos de massa às torcidas organizadas”, Tarcyanie Cajueiro Santos se debruça sobre o universo futebolístico, pois ele não apenas mobiliza paixões, como também, e em decorrência de sua adesão por milhares de pessoas, reflete os fenômenos que estão ocorrendo. O aparecimento das torcidas organizadas e dos hooligans ingleses são exemplos elucidativos de que a esfera do futebol não fica imune às mudanças pelas quais passam o mundo contemporâneo. Oriundas deste esporte, as torcidas organizadas surgem, em nossa sociedade, devido às transformações do futebol no Brasil. Esses grupos são acompanhados de novos modos de viver em sociedade, demonstrando um movimento de fragmentação social decorrente da globalização, que apresenta uma rearticulação dos indivíduos atomizados em torno de sociabilidades mais localizadas e que se relacionam com a nova configuração do espaço público, ligando-se, portanto, ao todo social. Ao incorporarem novos padrões éticos e estéticos, estes grupos não apenas recriam novas redes de sociabilidades como também novos padrões de violência, que se apresentam sob uma forma estetizada, demonstrando a desumanização do adversário e a performance de jovens excluídos do cenário das grandes cidades.

Apresentação, 11

Introdução, 15

Capítulo I – Cenários do social e a emergência de novas sensibilidades, 27
A crise do humanismo e a fragmentação social, 31
Grupos urbanos: novos modos de viver, 38

Capítulo II – As transformações do futebol no Brasil: um breve panorama histórico, 47
O pontapé inicial: introdução do futebol e sua consolidação como esporte, 49
Os primeiros passos rumo ao profissionalismo, 57
O gol de placa: o futebol como um megaevento, 70

Capítulo III – Torcidas organizadas: exemplos/emblemas de novos padrões éticos e estéticos, 75
Metamorfoses no ato de torcer: o aparecimento das torcidas organizadas, 78
Criando o pertencimento, encenando a diferença: a construção da sociabilidade, 89

Capítulo IV – O outro lado da “moeda”: a violência, sua estetização e pulverização, 101
A desumanização do adversário e a autonomização da violência na “cultura jovem”, 104
Meios de comunicação, violência e torcidas organizadas: uma performance dos excluídos?, 116

Capítulo V – Estádios de futebol em dias de jogos: templos do mundo contemporâneo?, 125
A massa e a perda da individualidade, 130
Festa e ritual: uma perspectiva antropológica da massa, 134
O erotismo: da descontinuidade à continuidade, 138
O ato de torcer: algumas implicações, 140

Comentários finais, 151

Referências bibliográficas, 165