A educação das relações étnico-raciais tem se mostrado como meio eficaz para o combate ao racismo e às discriminações presentes no cotidiano da sociedade brasileira, práticas sustentadas pela permanência do mito da democracia racial como discurso de negação da exclusão e da desigualdade racial no Brasil. A fim de combater a negação do racismo, entendendo este como construção histórica e social, resultado de um processo de interiorização de um discurso de colonialidade que busca justificar a hierarquização e a supremacia de determinados grupos sobre outros, é que propusemos nesta pesquisa de Doutorado a realização de uma intervenção com Africanidades para a educação das relações étnico-raciais. Voltado para a problematização e o diálogo sobre a diversidade, este estudo objetivou identificar e compreender os processos educativos decorrentes de uma intervenção com Africanidades para a educação das relações étnico-raciais na parceria dos Projetos “Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer e Mais Que Futebol”. Para tanto, desenvolvemos uma investigação de abordagem qualitativa, com inspiração fenomenológica, sendo os dados apresentados coletados a partir do registro em diários de campo e rodas de conversa. Do processo de análise dos dados, emergiram duas categorias: A) Conhecer para reconhecer e reconhecer para conhecer; B) Eu, outrem e a diversidade étnico-racial. A partir da investigação realizada, percebemos que a realização de uma intervenção com Africanidades possibilitou espaços de diálogo e problematizações que contribuíram para conhecer e reconhecer outras formas de ser e estar ao mundo uns com os outros, praticando o respeito às diferenças na convivência em grupo.