Mais do que um espaço esportivo, o estádio de futebol é visto como um vetor de atração de público e geração de renda, além do potencial de influência sobre o desempenho de times que disputam jogos em seus domínios. Conforme o maior incentivo dos torcedores tende a refletir no desempenho das equipes durante uma partida, o presente trabalho tem como objetivo medir o efeito de mando de campo para os clássicos de maiores torcidas de Brasil e Argentina ao considerar como variável dependente de sucesso a quantidade de gols marcados em todo o histórico de disputa. O modelo foi estimado a partir da distribuição de Poisson. Tal distribuição é adequada para dados de contagem equidispersos, que foi o caso do presente estudo. Os resultados indicaram que o efeito de mando de campo foi significativo para ambas as equipes no embate brasileiro, sendo maior para o Corinthians, enquanto que, no duelo argentino, apenas para o River Plate foi observado esse fator. Diante disso, ao fornecer uma medida quantitativa para a existência de vantagem de se jogar em casa, justifica-se possíveis investimentos na construção de estádios próprios, já que há fatores ligados a eles que podem aumentar a probabilidade de sucesso para a equipe mandante. À vista disso, essa melhoria de desempenho atrelada ao fator mando de campo promove um ciclo virtuoso pautado na atração de torcedores e fontes de geração de renda associadas ao espaço as quais podem ser revertidas para investimento na qualidade da equipe que, posteriormente, retornam em forma de novas receitas.
Palavras-chave: Mando de campo. Clássicos. Brasil. Argentina