A Copa do Mundo de Futebol de 2002, disputada no Japão e na Coreia do Sul, representava um desafio inédito para a cobertura dos jornais brasileiros: oferecer um conteúdo atraente para o leitor diante dos prazos de edição e publicação, os quais antecediam em poucos momentos os horários das partidas do torneio. Uma das estratégias para combater a efemeridade do tempo da notícia foi a de recorrer à colaboração de escritores e cronistas. Convocados para comentar o evento, esses profissionais distanciaram-se da mera referência jornalística; assim, fatos e notícias reconstruídos passaram a adquirir contornos carregados de subjetividade e criação literária.