Neste artigo analisamos os argumentos sobre o uso de tecnologias de monitoramento no futebol elaborados por agentes envolvidos direta
(jogadores, treinadores e árbitros) ou indiretamente (jornalistas esportivos). Partindo de entrevistas com membros de clubes (Série A) e jornalistas do país, mapeamos três tipos de argumentos: (a) amplamente favorável com base em idéias de justiça; (b) também favorável, mas apenas em lances capitais já consumados e (c) contrário, baseado na imprecisão do futebol em analogia com o cotidiano. Seguindo Boltanski e Thévenot, discutimos como se dá a construção da justificação moral dessas posições em disputa. A partir das falas, foi analisado (1) que idéias de moralidade no futebol foram utilizadas como recurso persuasivo e (2) o seu efeito na interpretação das regras com o intuito de compreender não uma moralidade da interação, mas a moralidade na interação.
Palavras-Chave: Tecnologias de monitoramento, moralidade, justificação.