O futebol moderno vincula-se ao industrialismo. Arrisco afirmar que a vida humana ocidental contemporânea aparenta partidas de futebol: embates, tempo medido, lutas pela titularidade e aceitação, torcidas agindo como partidos políticos, discussões de teses, improvisos, simbologias de socialização, teatralização da vida social, entre outros. Faz-se necessário entender como o brasileiro apropriou-se do esporte, como que o tomando das camadas mais abastadas que o introduziram no país. Nas primeiras décadas do século XX, o movimento operário brasileiro postou-se de forma ruidosa. A nascente burguesia industrial brasileira, inquieta diante das mobilizações sindicais proletárias, teria feito uso de mecanismos menos duros como apoiar e financiar o esporte que caíra nas graças operárias: o futebol. O resgate histórico-social de documentos de diversas agremiações permite observar interferências patronais no desenvolvimento clubista, controlando-as direta e/ou indiretamente. De lá para cá, o esporte seguiu sua trajetória, permeando políticas e ajustando conflitos pessoais.
PALAVRAS-CHAVE: Futebol. Industrialismo. Controle social