Este artigo analisa a relação entre o fascismo e o futebol na Itália, desde as origens do regime em meados da década de 1920 até aos nossos dias, e tenta explicar a presença contínua da extrema-direita no jogo. Contextualizando o desenvolvimento do futebol italiano na história pós-guerra do país, argumenta-se que, embora o regime fascista tivesse lançado as bases do jogo contemporâneo, a sua influência não foi suficientemente profunda para explicar a presença da extrema-direita nos estádios italianos desde os anos 80. Situando a politização do futebol italiano nas teorias da memória pós-fascista e através da análise de incidentes específicos de atividade pró-regime e antissemita dentro dos estádios, este artigo argumenta que o fracasso em combater a presença da extrema-direita é consequência direta da fraqueza/ausência do Estado italiano.
Palavras-chave: adeptos, futebol, Itália, memória, neofascismo