As análises desse artigo centram-se nos significados que as memórias atribuem às relações étnico-raciais no futebol, a partir das lembranças de ex-jogadores negros campeões no estado de Mato de Grosso que atuaram entre os anos de 1950 a 1970. A metodologia utilizada foi a história oral, orientada por perguntas abertas sobre futebol, sociabilidades e relações étnico-raciais. Utilizamos fotografias para verificar as equipes no que se refere à raça/cor e a classificação nos certames nos quais participaram os entrevistados. Os resultados indicam que as memórias buscam contrapor uma história de [in]visibilidade do negro. Nesse sentido, os exjogadores fazem releituras de si e se valem da memória para inscrever a sua história do lugar de protagonista na história do esporte. Os sentidos que emergem da memória rompem com a noção de subalternidade racial para uma perspectiva de reconhecimento e valorização coletiva.
Palavras-chave: futebol; memórias coletivas; relações raciais; sociedade