Este paper traz uma breve discussão sobre como é o trabalho dos scouts no futebol de base, ou seja, como trabalham esses analistas do futebol para agências de jogadores ou clubes de futebol. De uma perspectiva antropológica e multi-situada, propõe-se a partir da observação etnográfica uma visão prática sobre como é o processo de análise de um jogador de futebol de base com vistas ao profissionalismo, tanto em âmbito nacional como também internacional. Além da observação sobre as características físicas dos jogadores, dá-se prioridade a parte técnica, isto é, uma construção abstrata que procura encaixar os atletas, a partir do acompanhamento in loco das partidas, em categorias prévias, elencando-os em níveis de qualidade na execução dos movimentos básicos e avançados desse esporte. Assim, para além de pensarmos em controle dos corpos e técnicas corporais, vemos também como futebolistas tão jovens são tidos como detentores de capacidades específicas que os classificam de acordo com trabalho, mercadoria, e processos de valorização no futuro. Mostra-se também como essas avaliações e previsões dos scouts podem não se concretizar no futuro dessas carreiras.
Palavras-chave: Futebol de base; scouts; técnicas corporais; valorização