Este artigo analisa o Estádio Nacional de Lisboa (inaugurado em 1944, com uma ênfase marcadamente nacionalista) à luz do conceito de lieux de mémoire de Pierre Nora, com uma adaptação da insistência de Nora (e de outros académicos) na primazia da nacionalidade como sinal da identidade coletiva. Um uso flexível do estádio, não como monumento fixo, mas sim como uma tela em branco sobre a qual gerações sucessivas de adeptos do futebol projetaram suas próprias memórias e identidades subjetivas (examinadas através da imprensa desportiva e de outras fontes contemporâneas), permite que o Estádio mantenha um lugar forte na imaginação popular, apesar das associações políticas do passado.
Palavras-chaves : estádio nacional, Portugal, desportos, Pierre Nora, espaço, memória, identidade colectiva.