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ISSN 2526-4494
Dossiê Torcedores e torcidas: controle e resistências

Mesmo campo, diferentes cores de pele: a performance da raça, do colorismo e do racismo antinegro no futebol brasileiro

Periódico / Revista

FuLiA / UFMG

Número

n. 1

Ano

2022

Volume

v. 7

Tema

Dossiê Torcedores e torcidas: controle e resistências

Páginas

p. 182-202

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Resumo

Este artigo investiga como processos de racialização e a ideologia do colorismo operam nos jogos de futebol disputados, na cidade de São Paulo, entre times de brasileiros negros contra times de brasileiros brancos entre 1927 e 1939 e em uma partida de 2003 registrada pelo documentário Preto contra branco. Com base em interpretações de autores que analisaram textos jornalísticos sobre essas partidas, ele argumenta que esses jogos encarnam narrativas políticas que se contrapõem à ideologia do colorismo. Essas disputas também estabelecem uma divisão racial semelhante à regra da gota única nos Estados Unidos e subversivamente a reencenam para desestabilizar o mito da democracia racial no Brasil. Desafiando um discurso colorista que promove uma integração nacional limitada enquanto reforça uma hierarquia racial, essas partidas representam uma crítica ao racismo e ao mito da harmonia entre as raças. Eles também contestam a noção redutora de Gilberto Freyre de que os afro-brasileiros jogam o futebol como “uma arte de songamonga”.

PALAVRAS-CHAVE:Democracia racial; Raça; Gilberto Freyre; Futebol brasileiro, Colorismo.

Abstract

This article investigates how processes of racialization and the ideology of colorism operate in the footballgames played in the city of São Paulo between teams of Black Brazilians against teams of White Brazilians from1927 to1939, and in a 2003 match recorded by the documentary Preto contra branco. It builds on interpretations by authors who studied the news articles about those matches, arguingthat thegames embody political narratives that counteract the ideology of colorism. They also invoke a racial division similar to the one drop rule in the United States and subversively reenacted it, which destabilizes the myth of racial democracy in Brazil. In defiance of a colorist discourse that at once favors limited national integration and reinforces racial hierarchy, those games represent a critique against racism and the myth of racial harmony. They also contest Gilberto Freyre’s reductive notion that Afro-Brazilians practice footballas an “arte de songamonga.”

KEYWORDS:Racial Democracy; Race; Gilberto Freyre, Brazilian Football; Colorism.

Referência

PIRES, Francisco Quinteiro. Mesmo campo, diferentes cores de pele: a performance da raça, do colorismo e do racismo antinegro no futebol brasileiro. FuLiA / UFMG. Belo Horizonte, v. 7, n. 1, p. 182-202, 2022.
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