Impedidas de participarem da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, as mulheres foram ao longo do século XX aumentando gradualmente sua participação nos Jogos. A estréia da disputa do torneio de futebol feminino nos Jogos ocorreu na edição de Atlanta, em 1996, onde as brasileiras ficaram na quarta posição, repetindo o desempenho em Sidney. Em Atenas, as brasileiras chegaram pela primeira vez ao pódio, conquistando a medalha de prata, e voltando a subir ao pódio olímpico quatro anos depois, em Pequim, também com uma medalha de prata. Estar entre as principais equipes em um torneio do vulto que são os Jogos Olímpicos contrasta com a falta de apoio que a modalidade enfrenta no Brasil. Tal contraste também pode ser verificado quando comparadas as atenções dadas por torcida, mídia, setores econômicos e demais grupos da sociedade aos praticantes da modalidade masculina, matriz mais consagrada do esporte. Se entre os anos de 60 e 80 do século 20 políticas públicas proibiam as mulheres de jogarem futebol, agora elas têm de lidar com outros desafios para praticarem o esporte naquele que se auto-proclama o país do futebol, como discriminações sutis manifestadas no país do homem cordial. Através dos relatos de Histórias de Vida de algumas das atletas brasileiras que foram às últimas edições dos Jogos Olímpicos, é pretensão deste trabalho acessar uma versão sobre como a prática esportiva por estas mulheres brasileiras se deu, e no que o futebol se diferencia dos outros esportes.
PALAVRAS-CHAVE: Futebol, mulher, Jogos Olímpicos, Histórias de vida.