Estruturado com base em entrevistas de profundidade, este artigo se propõe a debater os significados da adesão dos dirigentes de futebol aos seus respectivos clubes. O texto busca discutir como os dirigentes pensam e praticam a política a partir de duas trajetórias representativas: Ângelo Chaves, presidente do Fluminense Football Club, e George Helal, presidente do Clube de Regatas do Flamengo. A literatura existente sobre o tema, entretanto, nunca se aprofundou nas trajetórias dos dirigentes esportivos e, em particular, na forma como eles ascendem no interior do quadro social dos clubes. Nos relatos, a política é representada como o sacrifício dos indivíduos em relação ao grupo. Essas narrativas contrastam com as representações cotidianas veiculadas nos meios de comunicação em torno dos dirigentes do futebol. As fontes orais ajudam a reconstituir a visão de mundo desses grupos, a maneira e a forma pela qual esses imaginam e pensam o fazer político.
Palavras-chave: Memória. História oral. Política esportiva. Presidentes de futebol. Rio de Janeiro.