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ISSN 1809-1296

O jogador-de-desempenho joga o futebol-obsceno: o futebol na sociedade de Byung-Chul Han

Periódico / Revista

Esporte e Sociedade

Número

n. 38

Ano

2023

Páginas

p. 1-23

Arquivos

Resumo

A sociedade contemporânea caracteriza-se pelo imperativo do desempenho em suas ações. No momento em que o poder disciplinar deixa de ser protagonista para tomar a dianteira o poder smart (pautado não na imposição, mas na sedução e indução para agir), cria-se uma ilusão no que concerne a capacidade de se autogovernar do trabalhador. A sociedade, a partir disso, encontra-se na falsa ideia de liberdade e controle do tempo, adentrando-se, na verdade, em uma voluntária exploração, sem mais os limites do poder disciplinar, mas do estímulo constante do poder smart. Dessa maneira, o futebol contemporâneo mostra-se, uma vez que está dentro desta sociedade, de maneira semelhante. Há jogadores de desempenho em larga quantidade, ou seja, figuras que são convencidas (mas não obrigadas) a agir de maneira específica, (auto)explorando-se para atingir tal feito e não abrindo-se a imprevisibilidade do jogo. Dessa maneira, joga-se um futebol de obscenidade e não de eros: o estrito cumprimento de funções evocam uma transparência que a sociedade deseja, mas que no jogo não faz sentido, deixando, dessa maneira, de se jogar em plenitude.

Palavras chaves: Desempenho; Transparência; Futebol; Jogo; Autonomia

Abstract

Contemporary society is characterized by the imperative of performance in its actions. When disciplinary power ceases to be a protagonist and smart power takes the lead (based not on imposition, but on seduction and induction to act), an illusion is created with regard to the worker’s ability to selfgovern. Society, from this, finds itself in the false idea of freedom and control of time, entering, in fact, in a voluntary exploration, no longer the limits of disciplinary power, but the constant stimulus of smart power. In this way, contemporary football shows itself, once it is within this society, in a similar way. There are a large number of performance players, that is, figures who are convinced (but not obliged) to act in a specific way, (self)exploring themselves to achieve such a feat and not opening themselves up to the unpredictability of the game. In this way, a football of obscenity and not of eros is played: the strict fulfillment of functions evokes a transparency that society desires, but which in the game does not make sense, thus failing to be played in fullness.

Keywords: Performance; Transparency; Soccer; Game; Autonomy

Referência

SANDOVAL, Gabriel Orenga; GODOY, Luis Bruno de; SCAGLIA, Alcides José. O jogador-de-desempenho joga o futebol-obsceno: o futebol na sociedade de Byung-Chul Han. Esporte e Sociedade. Niterói, n. 38, p. 1-23, 2023.
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