A presença do neopentecostalismo no futebol é o novo nexo entre futebol e religião que a antropóloga Carmen Sílvia Rial examina em seus recentes estudos. O fenômeno, disse a pesquisadora na entrevista que concedeu por e-mail à IHU On-Line, coincide com o “aumento meteórico das igrejas evangélicas no Brasil”. E complementa: “É o caso dos jogadores de futebol. A doutrina conhecida como Teologia da Prosperidade está na base das igrejas evangélicas que tiveram maior sucesso no Brasil. Assim, a Modernidade não apenas não acabou com a religião, como previam alguns, mas a reforçou, como é o caso do neopentecostalismo”. De acordo com Rial, “o neopentecostalismo oferece uma cosmologia capaz de integrar as novas experiências de vida desses jogadores (a experiência de viver no exterior, de solidão) assim como possibilita, para os jogadores-celebridades, viver como milionários sem culpa. Ao contrário do catolicismo que prega a simplicidade e concentra-se na vida após a morte, o neopentecostalismo faz das riquezas materiais prova de um bom diálogo com Deus”.
Palavras-chaves: jogadores de futebol, neopentecostalismo, Brasil.