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Congresso

Observação participante em um campeonato de futebol 7 misto em Curitiba – relações de gênero em um cenário incomum

Ano

2020

Tema

Congresso

Nome do congresso

32ª Reunião Brasileira de Antropologia - RBA

Cidade

Rio de Janeiro

Páginas

p. 1-13

Arquivos

Resumo

Tratar sobre as experiências de mulheres futebolistas no Brasil é sempre um dilema sobre “olhar o copo meio cheio ou meio vazio”, pois o processo de inserção feminina nessa área ora parece levar a um crescimento e ora a uma estagnação ou retrocesso. No universo de práticas informais os homens ainda representam maioria, já que dados do IBGE (2015) demonstraram que eles constituem 94,5% dos praticantes. Apesar disso, se por muito tempo os discursos sociais moralizantes mantiveram as mulheres afastadas, é cada vez mais comum encontrar grupos de amigas ou de colegas praticando algum tipo de modalidade relacionada ao futebol, seja de forma competitiva ou com fins de lazer. Nesse contexto, o futebol 7 parece ser um espaço de recente e intensa inserção das mulheres, o que se interpreta ser um dos motivos que permitiram a realização de um campeonato misto (com times formados por homens e mulheres) em Curitiba. Entendeu-se, então, esse evento como um campo de peculiares relações de gênero no esporte e, por isso, a presente pesquisa visou investigá-las por meio da observação participante, durante as atividades competitivas em 2019. Na tarefa de estudar um grupo pertencente à mesma sociedade dos autores, intentou-se “estranhar o familiar” (COSTA, 2009), por meio de uma investigação “de perto e de dentro” como orienta Magnani (2002). O estudo desse cenário incomum dentro do campo esportivo apresentou indícios de uma diminuição do caráter hierarquizante nas relações de gênero. Foi possível perceber que os fatores que determinam aqueles que são mais respeitados são a capacidade técnica, o perfil pessoal (de líder) e a experiência, mais do que seu sexo ou gênero. Além disso, as “zoações” e importunações, ritos comuns ao ambiente esportivo, principalmente quando se trata de modalidades coletivas, também aconteceram em igual teor para homens ou mulheres. Não se buscou aqui negar quaisquer barreiras e dificuldades enfrentadas pelas mulheres em ambientes tidos como de dominância masculina, mas procurou-se demonstrar que nem sempre há a necessidade de denúncia das desigualdades, atentando justamente para as relações existentes em cada contexto e tempo específicos. A pesquisa aconteceu com a inserção como atleta, da autora principal, em uma das equipes, e, faz parte de um projeto maior de doutorado, o qual tem como objetivo investigar as relações de gênero, pelo método etnográfico, em diferentes ambientes de práticas físicas. É necessário afirmar que se entende as limitações da presente pesquisa pela difícil missão de se pesquisar um ambiente no qual se está inserido, mas que, esse fator fez com que se assumissem as interferências que essa imersão trouxe e se tratasse o estudo tanto como uma descrição etnográfica quanto como um relato de experiência.

Palavras-chave: Futebol 7 misto; gênero; observação participante

Referência

SOUZA, Maria Thereza Oliveira; REIS, Fabiana Della Giustina dos; CAPRARO, André Mendes. Observação participante em um campeonato de futebol 7 misto em Curitiba – relações de gênero em um cenário incomum. 2020, Rio de Janeiro. 32ª Reunião Brasileira de Antropologia - RBA. Congresso 2020.
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