Nesta tese, investigo a relação dos torcedores do Clube de Regatas do Flamengo com o Novo Maracanã, arena construída a partir da reforma de adaptação do Estádio Jornalista Mario Filho aos padrões de conforto e segurança exigidos pela FIFA e pelo COI para a realização da Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2014, no Brasil, e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão, no Rio de Janeiro, em 2016. Inaugurado em 1950, o Maracanã foi concebido como um espaço popular e democrático, destinado ao congraçamento das diferentes camadas da sociedade brasileira. No entanto, com a profunda reforma realizada para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, o antigo estádio de massas foi convertido numa moderna arena all-seater multiuso, projetada como um espaço elitizado de controle e consumo. Em minha pesquisa, procurei compreender como os próprios torcedores vêm vivenciando e reagindo a esse processo de civilização ou domesticação, abordando suas representações e discursos a respeito do Novo Maracanã. Para tanto, realizei 12 entrevistas qualitativas com torcedores do Flamengo que frequentam o Maracanã regularmente, desde o período anterior à reforma, além de 20 observações de campo em jogos do clube disputados na nova arena.
Palavras-chave: Antropologia das Emoções. Emoção. Futebol. Maracanã. Arenização. Torcedor.