Articulado a pesquisa sobre práticas juvenis em periferias urbanas de Porto Alegre/RS, este artigo traz inferências produzidas no diálogo com jovens integrantes de um time de futebol que, oriundo de um projeto sócio educativo, está vinculado ao campeonato amador da cidade. Procuramos discutir como esses atores experienciavam sua condição juvenil desde o circuito do futebol, uma atividade nem sempre relacionada à expressividade cultural das juventudes. Além de algumas referências no campo da sociologia das juventudes, tomamos as contribuições de Vincent, Lahire e Thin como referência para análise de informações de campo, geradas em observação etnográfica e entrevistas narrativas durante os anos de 2017 e 2018. Nossas incursões indicam que, embora a prática do futebol de várzea tenda a visibilizar especialmente marcadores de socialização adulta, a intrusão de interações pedagogizadas circunstanciava derivas de uma moratória insuficiente, em disputa com os agenciamentos comuns à individuação no futebol.
Palavras-chave: Juventudes; Futebol; Forma escolar; Periferias.