Escrever sobre religião é tema bastante difícil, pois a cada um é reservado o direito de professar o credo que bem lhe aprouver. E há aqueles que têm também toda a liberdade de não se ater a nenhum culto ou divindade, os ateus e os agnósticos. Porém, infelizmente existem os radicais (e atualmente não sou poucos), que sempre tem a intenção velada ou explícita de querer impor aquilo que consideram a única verdade; são os extremados ortodoxos, que muitas vezes interpretam os cânones de alguma seita ou religião de acordo com os seus particulares princípios, invertendo conceitos e praticando atos de violência em nome desta ou daquela divindade. Neste livro explicitamente se procura fugir desses maniqueísmos apresentando apenas e tão somente o reflexo de uma realidade que é única e permeia a sociedade brasileira, desde a fundação da nação nos anos 1500; o sincretismo religioso. A maioria dos cidadãos desta pátria verde amarela professa esta ou aquela religião, mas na quase totalidade na vulgarmente chamada “hora do aperto” apela a algum “pai de santo”, ou tem alguma superstição; “não passa embaixo de uma escada”, “pula as sete ondas”, “reza o terço”, “invoca determinado número na hora de resolver algum problema” e muitos descrentes exclamam “graças a Deus”. Eu não creio em bruxas, mas que existem, existem. No universo do futebol, sem dúvida, esse sincretismo fica mais aparente e é esse o pano de fundo que permeia as cento e quatro páginas deste texto, que escrevi e o amigo Márcio editor, com propriedade diagramou e ilustrou. Espero que católicos, evangélicos, israelitas, espíritas, budistas e partícipes de outras crenças e filosofias possam desfrutar das histórias e estórias que contemplam a religiosidade e o futebol inseridas neste livro.